Sintomas de alterações na tireoide: quais são e como identificar
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada no pescoço, abaixo do pomo de Adão. Ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam a função de diversos órgãos, como o cérebro e o coração. Quando a tireoide apresenta alguma alteração, isso pode afetar todo o organismo, causando sintomas de alterações na tireoide que variam conforme o tipo de problema.
Principais causas para sintomas de alterações na tireoide
As principais causas de alterações na tireoide são:
Hipotireoidismo
Condição em que a tireoide tem a função diminuída, produzindo menos hormônios T3 e T4 do que o necessário. A causa mais comum de hipotireoidismo é por doenças autoimunes (como a Tireoidite de Hashimoto). Outras causas menos frequentes são efeitos colaterais de tratamentos médicos (cirurgia ou radioiodoterapia), uso de certos medicamentos e condições congênitas.
Hipertireoidismo
É uma condição em que a glândula tireoide produz hormônios T3 e T4 em excesso, acelerando o metabolismo do corpo. Causas de hipertireoidismo incluem doenças autoimunes (nesse caso, a doença de Graves), e outras condições menos frequentes, como nódulos tireoidianos, excesso de iodo, inflamações na tireoide (tireoidite) e uso excessivo de hormônios tireoidianos.
Um ou mais nódulos na tireoide
Eles correm quando algumas células crescem diferentemente das demais e são envolvidas por uma cápsula. Geralmente são identificados quando o médico faz o exame físico, mas também podem ser notados pela própria pessoa ou seus familiares.
Sintomas de alterações na tireoide: quais são?
Conforme explicamos anteriormente, quando a tireoide está com alguma alteração, isso pode afetar todo o organismo, causando sintomas variados. A seguir, saiba mais sobre eles.
Hipotireoidismo
Os principais sintomas de hipotireoidismo estão relacionados ao organismo funcionar de maneira mais lenta. Então, podem estar presentes: desânimo, sono excessivo, cansaço, diminuição da memória, pele seca, queda de cabelo e diminuição dos pelos do corpo.
Outros sinais podem ser unhas fracas, intestino preso e intolerância ao frio. Nas mulheres, o hipotireoidismo pode causar irregularidade na menstruação.
Hipertireoidismo
Os principais sintomas são devido a uma aceleração das funções do organismo, como nervosismo, labilidade emocional (como choro fácil e irritabilidade), insônia, palpitações e intolerância ao calor.
Além disso, sudorese excessiva, tremores, perda de peso (apesar do aumento do apetite), intestino solto e fraqueza muscular também são comuns. A queda de cabelo é outro sintoma, e as mulheres podem ter irregularidade no ciclo menstrual.
Nódulos na Tireoide
Geralmente, a maioria dos nódulos na tireoide não apresenta sintomas e é benigno, mas cerca de 5% podem ser malignos, ou seja, um câncer de tireoide.
Quando os nódulos são grandes, podem causar dificuldade ou dor ao engolir, além de dificuldade para respirar, especialmente quando nos deitamos em determinadas posições. A função da tireoide costuma ser normal em pessoas com nódulos.
Vale destacar que muitos dos sintomas de doenças da tireoide podem estar presentes em outras condições. Por isso, é fundamental consultar um endocrinologista caso alguns desses sinais sejam identificados. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficaz e a manutenção da saúde.
Quando procurar por um médico?
Quando a pessoa começar a apresentar sintomas de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, ou se perceber um nódulo na região do pescoço, é essencial procurar um endocrinologista.
Exames de tireoide
O principal exame utilizado para diagnosticar alterações na função da tireoide é o TSH, dosado no sangue. O TSH (Hormônio Estimulador da Tireoide) é um hormônio produzido pela glândula hipófise, que regula a atividade da tireoide. Ele estimula a glândula a produzir os hormônios T3 e T4.
A dosagem de TSH é solicitada quando há suspeita de doenças na tireoide ou, de forma preventiva, em exames de rotina para pacientes idosos, gestantes e mulheres próximas da menopausa, período em que as disfunções tireoidianas são mais comuns. O médico responsável avaliará o momento adequado e a indicação para solicitar esse exame.
Outros exames de sangue complementares incluem a dosagem de T4 livre, que auxilia no diagnóstico, e, menos frequentemente, o T3 total ou livre. Em determinados casos, pode ser necessário dosar anticorpos antitireoidianos, como anti-TPO e anti-tireoglobulina. Em situações específicas, o endocrinologista pode solicitar exames adicionais, como T4 total, TRAb, TSI, TBG, entre outros.
Não podemos esquecer do teste de triagem neonatal (conhecido como teste do pezinho), no qual uma das doenças pesquisadas é o hipotireoidismo congênito, propiciando que o bebê seja tratado já nos primeiros dias de vida e evitando consequências para o seu futuro.
Quando um médico suspeita ou identifica, por meio da palpação, a presença de um ou mais nódulos na tireoide, pode-se solicitar uma ultrassonografia para avaliar melhor as características desses nódulos. Em alguns casos, pode ser indicada uma cintilografia, se o TSH estiver muito baixo.
Conforme o resultado da ultrassonografia, pode ser solicitada uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF) da tireoide, na qual o médico aspira células da tireoide para serem estudadas ao microscópio (citopatologia). A partir dos resultados dessa PAAF, o médico decidirá se será necessário realizar outros exames menos frequentemente indicados, como o estudo molecular dos nódulos da tireoide, ressonância magnética, tomografia computadorizada, entre outros.
Formas de tratamento para sintomas de alterações na tireoide
O tratamento para os sintomas de alterações na tireoide é decidido pelo endocrinologista com base na avaliação clínica e nos exames complementares realizados. Dependendo do diagnóstico, o médico pode optar por diferentes abordagens.
Em alguns casos, a pessoa pode ser mantida sob observação, com exames periódicos para monitorar a função da tireoide, o tamanho e características de nódulos etc. Caso seja necessário, pode-se iniciar o tratamento com medicamentos específicos para regular os níveis hormonais, seja no caso de hipotireoidismo ou hipertireoidismo.
Quando se trata de nódulos na tireoide, nem sempre há necessidade de cirurgia e, em muitos casos, especialmente de nódulos pequenos, o paciente necessitará apenas de acompanhamento. Em outros casos, o tratamento pode incluir a injeção de álcool ou ablação térmica (através do calor) para reduzir o tamanho do nódulo ou o médico poderá indicar cirurgia, para remoção parcial ou total da glândula tireoide.
O uso de iodo radioativo é indicado em casos específicos, como, por exemplo, para tratar o hipertireoidismo causado por um nódulo, destruindo as células da tireoide que produzem hormônios em excesso.
Em alguns casos, mais de uma forma de tratamento pode ser necessária, realizada de forma combinada ou em diferentes fases, conforme a evolução da doença.
Fonte: Dra. Rosita Fontes, endocrinologista e assessora médica da Dasa.