Nódulos na tireoide: sintomas e quando procurar um médico
Autora: Dra. Maria Cristina Chammas, médica radiologista coordenadora do setor de ultrassonografia da Dasa e diretora médica do Alta Excelência Diagnóstica
Nódulos na tireoide são bem comuns em adultos. Mas eles não devem causar desespero: na grande maioria das vezes, são benignos.
Mesmo assim, é de extrema importância que todos os pacientes com nódulos na tireoide passem por uma avaliação médica.
O que são os nódulos na tireoide?
A tireoide é uma glândula localizada na região anterior e inferior do pescoço. Ela é responsável por produzir hormônios que auxiliam no bom funcionamento de várias partes do corpo, incluindo o cérebro, o coração e os músculos.
Os nódulos na tireoide são massas que surgem devido ao crescimento anormal de células.
Às vezes, são grandes o suficiente para serem percebidos pelos pacientes ou palpados por médicos. Em outros casos, são detectáveis apenas por exames de imagem.
Quais são os tipos de nódulo na tireoide?
Os nódulos na tireoide podem apresentar diferentes características, podendo ser classificados como:
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Benignos ou malignos;
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Únicos ou múltiplos;
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Sólidos, císticos (com conteúdo líquido dentro) ou mistos (com conteúdos sólido e líquido);
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Quentes (produzem hormônios) ou frios (não produzem hormônios).
Sintomas dos nódulos na tireoide
Geralmente, os nódulos na tireoide não causam sintomas. Mas, a depender do tamanho, eles podem ser vistos pelos pacientes, aparecendo como “caroços” no pescoço.
E apesar de ser raro, também é possível ter dificuldade para engolir ou respirar.
O que pode causar os nódulos na tireoide?
Não se sabe exatamente o que leva ao surgimento de nódulos na tireoide.
Porém, esse quadro é mais comum em pessoas mais velhas (acima de 40 ou 50 anos de idade) e pode estar associado à deficiência de iodo.
Eventualmente, os nódulos também podem estar inseridos em glândulas com tireoidite de Hashimoto ou Doença de Graves.
Quando procurar um médico?
É importante que todo nódulo na tireoide seja analisado por um médico endocrinologista, que irá fazer uma avaliação física e solicitar exames de imagem e de sangue.
Embora os nódulos sejam benignos na maioria das vezes, é essencial investigar todos os casos. Assim, os malignos podem ser detectados o mais cedo possível, propiciando um diagnóstico precoce e favorecendo melhores prognósticos.
Como diagnosticar nódulos na tireoide?
Uma das principais ferramentas para avaliar nódulos é o ultrassom da tireoide. Esse exame de imagem permite identificar o número, o tamanho, a localização, as características morfológicas e a vascularização dos nódulos.
Além disso, é possível contar com o estudo da rigidez dos nódulos, chamado de elastografia por ultrassom.
Com base nessas informações, o médico determina se o nódulo é benigno ou se tem características suspeitas para malignidade.
Sabe-se, por exemplo, que nódulos sólidos, com microcalcificações e margens irregulares tendem a ser malignos — esses são alguns dos fatores analisados na Classificação TI-RADS.
Outro critério utilizado na avaliação de nódulos na tireoide é a vascularização, que pode ser observada no ultrassom da tireoide com doppler. De acordo com a Classificação de Chammas, nódulos com vascularização predominante ou exclusivamente central têm maior risco de malignidade.
Se o resultado do ultrassom apontar para suspeita de câncer de tireoide, é necessário realizar uma biópsia denominada punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassom.
Esse procedimento é simples e rápido, não necessitando de hospitalização, anestesia ou sedação. A biópsia é realizada como se fosse uma coleta de sangue, porém com uma agulha ainda mais fina e com o objetivo de retirar algumas células da região suspeita ou indeterminada da tireoide para examinar posteriormente no microscópio.
E independentemente de o nódulo ser benigno ou maligno, também é importante fazer outros exames da tireoide, como as dosagens de T4 livre e de TSH, para averiguar se os níveis de hormônios tireoidianos no sangue estão alterados.
Como é o tratamento?
Quando os nódulos são malignos, geralmente passam por uma remoção cirúrgica. Depois do procedimento, se for necessário, os pacientes também realizam um tratamento de reposição de hormônios da tireoide e, em certos casos, uma terapia adicional com iodo radioativo.
Já os casos de nódulos benignos nem sempre precisam de tratamento. Muitas vezes, eles só devem ser acompanhados por ultrassons periódicos.
Mas há nódulos benignos que são muito grandes e causam sintomas. Para esses pacientes, é possível que o médico recomende cirurgia ou, em algumas situações, ablação (um tipo de tratamento não cirúrgico).