Paratireoide: o que é, função e doenças relacionadas

Paratireoide é um termo comumente usado em referência a quatro pequenas glândulas localizadas na região do pescoço.
Importantes para o bom funcionamento do organismo, essas estruturas podem ser acometidas por condições como hiperparatireoidismo e hipoparatireoidismo.
O que são e para que servem as glândulas paratireoides?
As glândulas paratireoides situam-se atrás da tireoide, por isto o nome “paratireoides”.
Elas são responsáveis pelo controle do metabolismo ósseo – processo por meio do qual as quantidades necessárias dos minerais cálcio e fósforo se combinam para formar os ossos.
Tal controle se dá pela produção do paratormônio (PTH), que regula a absorção e o equilíbrio do cálcio entre o sangue e os ossos.
Paratireoide: doenças relacionadas
As principais condições que afetam as glândulas paratireoides são o hiperparatireoidismo e o hipoparatireoidismo.
Hiperparatireoidismo
O hiperparatireoidismo é marcado pelo excesso de paratormônio e geralmente cursa com cálcio alto no sangue. Essa doença pode ser classificada como primária, secundária ou terciária.
No hiperparatireoidismo primário, as paratireoides produzem mais PTH do que o necessário. Isso pode se dever a um aumento de todas as paratireoides ou a um pequeno tumor (na maioria das vezes, benigno) em uma delas.
Já o hiperparatireoidismo secundário ocorre quando as paratireoides são estimuladas a aumentar a produção de PTH devido a uma alteração em outro lugar do corpo – ou seja, o problema não está nas glândulas paratireoides. A elevação dos níveis de paratormônio podem ser consequência de problemas nos rins ou de deficiência de vitamina D, por exemplo.
Por fim, o hiperparatireoidismo terciário é aquele que acomete, principalmente, pessoas com insuficiência renal crônica, podendo gerar níveis muito elevados de PTH. Nesse quadro, as paratireoides cronicamente estimuladas começam a produzir sozinhas o paratormônio.
Hipoparatireoidismo
O hipoparatireoidismo é caracterizado pela falta de PTH e geralmente cursa com cálcio baixo no sangue.
A principal causa dessa doença está associada à retirada das paratireoides ou à diminuição do suprimento sanguíneo dessas glândulas, o que pode ocorrer após cirurgias da tireoide ou outras intervenções cirúrgicas no pescoço.
Mais raramente, o hipoparatireoidismo também pode ser consequência de fatores genéticos, tumores ou doenças com fibrose na região do pescoço.
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Sintomas de alterações na paratireoide
Grande parte das pessoas com alterações nas paratireoides são assintomáticas.
Mas também é possível que alguns pacientes apresentem:
- Cálculos renais, osteoporose e fraturas, nos casos de hiperparatireoidismo;
- Cãibras, formigamentos e, em quadros graves, tetania (contrações musculares involuntárias similares a uma convulsão), nos casos de hipoparatireoidismo.
Diagnóstico de alterações na paratireoide
O diagnóstico do hiperparatireoidismo e do hipoparatireoidismo são feitos a partir das dosagens de cálcio e de PTH no sangue:
- Cálcio e PTH elevados ou PTH elevado, mesmo que o cálcio ainda esteja normal, podem indicar hiperparatireoidismo;
- Cálcio e PTH baixos podem indicar hipoparatireoidismo.
Esse conjunto de achados principais permitem que o médico prossiga na investigação com outros exames, como:
- Vitamina D;
- CTx;
- Fosfatase alcalina total e fosfatase alcalina óssea;
- Creatinina e estimativa da filtração glomerular;
- Magnésio;
- Dosagens de cálcio, fósforo e creatinina na urina.
Exames de imagem
Exames de imagem também auxiliam na avaliação de alterações na paratireoide.
Eles podem ser muito importantes sobretudo em casos de hiperparatireoidismo primário e terciário, para avaliar se uma das paratireoides está especialmente aumentada devido a um tumor.
O ultrassom da paratireoide, por exemplo, possibilita a localização de tumores e a análise de características como a ecogenicidade (qual o tom de cor cinza, se mais claro ou mais escuro) e a ecotextura (homogeneidade ou heterogeneidade) do tecido.
A partir dele, o médico também consegue examinar se o tumor apresenta ou não características suspeitas para malignidade.
Além da ultrassonografia, outro exame de imagem que pode ajudar a identificar e avaliar tumores nessas glândulas é a cintilografia da paratireoide com sestamibi (um tipo de medicação utilizada para visualizar o funcionamento dos órgãos).
Autoras: Dra. Rosita Fontes, endocrinologista e assessora médica da Dasa, e Dra. Maria Cristina Chammas, radiologista coordenadora do setor de ultrassonografia da Dasa e diretora médica do Alta Excelência Diagnóstica