Gravidez ectópica: o que é e quais os riscos existentes?

Gravidez ectópica: o que é e quais os riscos existentes?

 

Autora: Dra. Adriana Bittencourt Campaner - Ginecologista

 

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gravidez ectópica ocorre quando o embrião se fixa e começa a se desenvolver fora da cavidade uterina, podendo causar grandes complicações.  

É uma condição pouco frequente, ocorrendo em cerca de 2% das gestações. 

O que é gravidez ectópica?

Gravidez ectópica é quando o embrião, resultante da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, se adere e começa a se desenvolver fora da cavidade uterina, local correto onde deveria se fixar.  

Em uma gestação comum, o local correto para o óvulo se encontrar com os espermatozoides é dentro da trompa, onde ocorre a fecundação e, assim, o óvulo fecundado vira o embrião, que migra pela trompa e se aloca dentro da cavidade uterina para se desenvolver.  

No entanto, por algum problema nas trompas ou, menos frequentemente, por causa do próprio embrião, ele se fixa em outro local, causando a gravidez ectópica. 

gravidez ectópica ilustração útero


 

Quanto tempo dura gravidez ectópica?

Esse tipo de gravidez não tem como chegar aos 9 meses, como uma gestação normal. 

Em alguns casos, quando o embrião se aloja na cavidade abdominal ou no ovário, ele pode se desenvolver por um pouco mais tempo de gestação. 
 

Tipos de gravidez ectópica 

Conheça os principais tipos de gravidez ectópica: 

Gravidez tubária 

É o tipo de gravidez ectópica mais comum e ocorre em cerca de 95% dos casos. Na gravidez tubária, o embrião se desenvolve na trompa, podendo ser tanto na parte mais externa quanto na mais interna. 

A tuba não consegue se esticar muito, então ela é capaz de crescer até um determinado ponto e acaba rompendo. Quando ela se rompe, a paciente precisa de auxílio médico imediato, pois acaba ocorrendo um quadro de hemorragia abdominal. 

Gravidez ectópica abdominal 

O embrião também pode se desenvolver na região abdominal. Isso significa que o embrião sai pelo lado externo da trompa e se adere no peritônio, tecido que reveste a parte interna da cavidade abdominal. Pode também se aderir em outros locais como intestinos, bexiga, etc. 

Gravidez cervical

Acontece a gravidez cervical quando o embrião sai da cavidade uterina e se implanta no colo do útero. 

Gravidez ovariana

É uma gravidez considerada rara e acontece quando o embrião se aloca no ovário. 

Gravidez heterotópica 

Trata-se de condição rara na qual ocorre uma gestação ectópica simultaneamente a uma gestação intrauterina. No passado, a incidência de uma gestação heterotópica era 1:30.000; no entanto, com o advento das técnicas de reprodução assistida, a frequência desta complicação aumentou. 

É importante frisar que a gravidez tubária, cervical ou no corno do útero, não representam locais próprios para o desenvolvimento de um bebê, fazendo com que a paciente tenha complicações.  
 

Fatores de risco 

Os principais fatores de risco são quando a paciente: 

  1. Apresenta ou já apresentou algum quadro de Infecção Sexualmente Transmissível (IST); 

  1. Tem antecedentes de endometriose; 

  1. Já teve uma gravidez ectópica anterior. 
     

Sintomas de gravidez ectópica

Os sintomas são os mesmos de uma gestação comum, como sensibilidade nos seios, enjoos, aumento da frequência urinária, dentre outros. O embrião se desenvolve normalmente e a paciente apresentará atraso menstrual e os testes de gravidez, tais como o Beta HCG e o de urina, darão resultados positivos. Algumas pacientes sentem dores localizadas, que ocorrem por conta das trompas ou o corno do útero que se esticam.
 

Diagnóstico

 O diagnóstico de gravidez ectópica geralmente é feito quando a gestante realiza ultrassonografias, como o ultrassom transvaginal. Durante o exame, é possível observar que o bebê não se encontra dentro do útero e, com isso, o médico responsável cria hipóteses de que ainda é muito cedo para visualizar o bebê, solicitando a realização de um novo ultrassom após um determinado período (normalmente 1 ou 2 semanas). 
 
Se após a realização do ultrassom, o bebê ainda não for visualizado no local onde deveria estar, o médico irá procurar na trompa ou em outros locais. Em determinados casos podem ser solicitados outros exames complementares para auxiliar no diagnóstico, como a tomografia e outros exames ginecológicos.

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Tratamentos

O embrião pode causar a destruição dos órgãos, então, em determinados casos, o tratamento é remover a trompa ou o ovário. 
 
Quando é uma gravidez abdominal, dependendo do tempo que se descobre, há chances de o parto ser feito antecipadamente. Isso ocorre, pois, a mãe pode ter complicações graves com o bebê fora do útero. 
 
Nos dias atuais, quando a gravidez na trompa é pequena, é possível utilizar uma medicação chamada de metotrexato. Essa substância faz a gravidez ectópica regredir e a paciente acaba não precisando fazer a cirurgia de remoção e não perde a trompa. 

 

Pergunte à médica

Tire suas principais dúvidas sobre o assunto com a Dra. Adriana Bittencourt Campaner:
 

Quem já teve gravidez ectópica pode ficar grávida novamente? 

Dra. Adriana: Sim. Se a paciente teve a gravidez ectópica em uma trompa, mas a outra está normal, ela pode engravidar novamente. 
 
Para pacientes que apresentam dificuldade para engravidar, distúrbios na ovulação quando há suspeita de alterações nas trompas, endometriose na pelve, alguma anomalia ou aderências no útero, recomenda-se a realização do exame de Histerossalpingografia para investigação. 

 

Gravidez ectópica aparece no teste de farmácia? 

Dra. Adriana: No teste de farmácia aparece se a gestante está ou não esperando um bebê. Para saber se é uma gravidez ectópica, é necessário realizar a princípio q ultrassonografia. 
 

Na gravidez ectópica o bebê mexe?

Dra. Adriana: Normalmente não, pois na gravidez ectópica o bebê não consegue se desenvolver por muito tempo. 
 

Quem teve gravidez ectópica pode ter parto normal?

Dra. Adriana: Quando a paciente tem a gravidez ectópica nas trompas, realizou o tratamento e engravidou novamente, ela pode tranquilamente ter parto normal. 
 
Uma situação extremamente rara é quando a gravidez se desenvolve no corno uterino e a paciente precisa realizar a histerectomia, operação cirúrgica da área ginecológica que consiste na remoção do útero; essa cirurgia somente é realizada para salvar a vida da mulher quando a situação está complicada. Assim, não será mais possível uma gravidez. Em alguns casos, é possível retirar a gravidez ectópica que formou, mas é necessário realizar uma plástica do útero. Neste caso, o parto normal não é possível. 
 

 

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Categoria
Saúde