Doença de Graves: conheça os sintomas e os tratamentos dessa condição autoimune

Doença de Graves

A glândula tireoide fica localizada na parte anterior do pescoço. Ela é responsável por produzir os hormônios T3 e T4, influenciando, assim, diversos aspectos do organismo – incluindo o sistema nervoso, o coração, o intestino, entre outros. Uma das condições que pode afetar a tireoide é a doença de Graves. 

 

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O que é doença de Graves?  

A doença de Graves (ou de Basedow-Graves) é uma condição na qual o sistema imunológico do paciente ataca a tireoide, assim aumentando a produção de hormônios tireoidianos. 

Essa é a causa mais frequente de hipertireoidismo. Para se ter uma ideia, em um estudo feito pela Dasa em parceria com o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), a doença de Graves foi responsável por 85% dos casos de hipertireoidismo. O artigo está disponível na revista científica Journal of the Endocrine Society

O que causa doença de Graves?  

Essa doença é de causa autoimune. As condições autoimunes são aquelas em que o organismo ataca os seus próprios órgãos: é como se se “confundisse”, interpretando que algum órgão fosse um agente estranho. 

Desse modo, na doença de Graves, anticorpos “atacam” a glândula tireoide, estimulando que ela produza mais hormônios do que o normal. 

Qual é a diferença entre hipertireoidismo e doença de Graves?  

A doença de Graves é uma das causas de hipertireoidismo – a mais comum delas. O hipertireoidismo, por sua vez, é uma alteração caracterizada pela hiperatividade da tireoide, que passa a produzir hormônios T3 e T4 em excesso. 

Outras causas de hipertireoidismo são: nódulos na tireoide e, mais raramente, fatores como tireoidites, ingestão excessiva de hormônio tireoidiano e tumores (como struma ovarii e tumor trofoblástico). 

Quais são os sintomas de doença de Graves?  

Os sintomas da doença de Graves são os mesmos do hipertireoidismo. Eles surgem devido a uma aceleração das funções do organismo e incluem: 

  • Nervosismo; 

  • Labilidade emocional (choro fácil, irritabilidade); 

  • Insônia; 

  • Palpitações;  

  • Intolerância ao calor; 

  • Sudorese excessiva; 

  • Tremores; 

  • Diminuição do peso apesar do aumento do apetite; 

  • Intestino solto; 

  • Fraqueza muscular; 

  • Queda de cabelos; 

  • Irregularidade da menstruação. 

Também é comum que as pessoas com doença de Graves apresentem bócio, que consiste no aumento da tireoide. 

Além disso, pode haver alterações oculares (com inflamação e protrusão dos olhos em maior ou menor grau) e, menos frequentemente, alterações de pele (sendo a mais característica o mixedema pré-tibial, em que a pele fica com aspecto escurecido e enrugado). 

Qual é a relação entre doença e oftalmopatia de Graves?  

A doença de Graves é sistêmica, ou seja, cursa com alterações em todo o corpo. 

Quando os olhos são afetados, podendo adquirir um aspecto saltado, configura-se a oftalmopatia de Graves. Caracterizado pela protrusão do globo ocular, esse quadro ocorre em cerca de 25 a 50% das pessoas com doença da Graves. 

Eventualmente, a oftalmopatia de Graves pode estar presente sem que o hipertireoidismo esteja manifesto, ou mesmo após o tratamento do hipertiroidismo. 

O ideal é que pacientes com doença de Graves e oftalmopatia sejam acompanhados também por um oftalmologista, além do endocrinologista. 

Como é feito o diagnóstico?  

Diversos exames podem ser solicitados para a investigação da doença de Graves. Geralmente, são utilizados os seguintes exames de sangue: 

  • Dosagem de TSH (hormônio estimulador da tireoide), que está muito baixo (suprimido); 

  • Dosagem de tiroxina livre (T4L) e, em alguns casos, de triiodotironina total (T3T) ou livre (T3L), que estão elevados quando a doença está descompensada; 

  • Dosagem de TSI (imunoglobulina estimuladora da tireoide) ou TRAb (anticorpo dirigido contra o receptor do TSH), que tendem a estar elevados. 

Além disso, métodos de imagem podem auxiliar no diagnóstico. Se, ao palpar a tireoide, o médico notar a superfície muito irregular, a ultrassonografia é útil para esclarecer se existem nódulos (bem como para identificar se eles são benignos ou apresentam características suspeitas de malignidade). 

Por meio do ultrassom da tireoide, também é possível estimar o volume da glândula, o que é especialmente importante para pacientes que serão submetidos à terapia por iodo radioativo. 

Como é feito o tratamento?  

Existem três principais tratamentos recomendados a pacientes com doença de Graves: 

  • Medicamentos antitireoidianos, que diminuem a produção de hormônios da tireoide; 

  • Iodo radioativo, em que o iodo marcado com um composto radioativo destrói, gradativamente, as células da tireoide que estão com a função aumentada; 

  • Cirurgia, com retirada de grande parte da tireoide, diminuindo assim a produção exagerada de hormônios. 

É fundamental que os pacientes sejam avaliados individualmente por um endocrinologista. Dessa maneira, o médico poderá selecionar, em acordo com o paciente, qual a melhor abordagem para cada caso. 

Cabe dizer que, algumas vezes, mais de um desses tratamentos pode ser utilizado. 

Doença de Graves tem cura?  

Sim, há cura após a realização dos tratamentos. Em algumas situações mais raras, pode haver até mesmo cura espontânea. 

Por outro lado, também é possível que alguns casos evoluam para hipotireoidismo após a fase de hipertireoidismo – requerendo, portanto, um outro tipo de abordagem terapêutica. 

 

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Fonte: Dra. Rosita Fontes, endocrinologista e assessora médica da Dasa, e Dra. Maria Cristina Chammas, radiologista coordenadora do setor de ultrassonografia da Dasa e diretora médica do Alta Excelência Diagnóstica
Categoria
Saúde