Alzheimer é hereditário? Entenda os fatores de risco da doença

Alzheimer é hereditário?

Autora: Dra. Rosa Hasan, neurologista do Alta Diagnósticos

 

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É comum que as pessoas se perguntem se o Alzheimer é hereditário. Afinal, a doença não tem cura e provoca grande impacto não só na vida do paciente como na família também.

A condição é caracterizada como uma doença neurodegenerativa progressiva que corresponde a cerca de 60% dos diagnósticos de demência no mundo.  
 
Continue a leitura para entender melhor o Alzheimer, sintomas e causas e se a genética pode influenciar no seu aparecimento. 

 

 

O que causa a doença de Alzheimer? 

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva do sistema nervoso central em que ocorre uma deposição de proteínas conhecidas como beta-amiloides no cérebro.  

Isso faz com que as células nervosas (os neurônios) tenham um mau funcionamento, afetando principalmente (mas não só) a área responsável pela memória, pelo pensamento e comportamento. 

A doença é hoje considerada a forma mais comum de demência no mundo, sendo detectada em cerca de 60% a 70% dos casos diagnosticados, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).  

A causa do Alzheimer ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. 

 

Alzheimer é hereditário e genético? 

A doença de Alzheimer é uma doença mais comum em quem tem histórico familiar, o que pode indicar que a carga genética hereditária é, sim, um fator de risco para o surgimento da doença.

Nesse caso, o risco aumenta quando os indivíduos têm parentes de primeiro grau acometidos pela condição. 

No entanto, os casos em que a genética tem influência são considerados mais raros. Quando isso acontece, a doença se manifesta de forma mais grave, com evolução mais rápida e de início precoce.  

 

Quando começam os primeiros sintomas e quais são? 

Os primeiros sintomas da doença de Alzheimer podem ser sutis, como alguns lapsos de memória. É bastante comum que, nessa fase, amigos e familiares atribuam as alterações ao envelhecimento, o que é um equívoco.  

O entendimento médico atual é que alterações de memória e/ou cognitivas não são causadas pela idade avançada e, portanto, devem ser avaliadas o quanto antes para que o diagnóstico ocorra o mais cedo possível. 

 

Alguns sintomas iniciais que podem indicar o começo da doença são:  

 

  • Dificuldade para lembrar informações recentes como nomes, datas e compromissos; 

  • Dificuldade para encontrar palavras ou expressar ideias; 

  • Dificuldade para aprender coisas novas; 

  • Mudanças leves de humor ou personalidade. 

 
Na verdade, a doença passa por diversos estágios e cada um deles traz seus sintomas típicos. É importante que, assim que surgirem os primeiros sinais, mesmo que sutis, um médico seja consultado. 
 

 

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Pré-disposição para Alzheimer: como detectar? 

Há algumas formas de detectar a predisposição à doença de Alzheimer. Uma delas é realizando uma avaliação genética, isto é, o sequenciamento de regiões do DNA que possam conter genes associados ao desenvolvimento da doença.

Nesse caso, basta uma amostra de sangue ou swab (saliva) para conseguir realizar o exame. 

Uma outra forma que chegou recentemente ao Brasil é um exame de sangue que avalia o risco de Alzheimer.

Ele é recomendado para pessoas que já apresentam algum tipo de comprometimento cognitivo leve e demência e busca quantificar a proteína beta amiloide 42 e 40, cuja relação está diminuída na doença de Alzheimer.  

O procedimento é realizado por punção venosa, ou seja, por uma coleta de sangue simples, que pode ser realizada em laboratório.

Por isso, tem sido considerado um exame para avaliação do risco de Alzheimer menos desconfortável e mais acessível.  

A avaliação de risco de Alzheimer pode ajudar a identificar pessoas aptas ao tratamento precoce com anticorpos, que visa frear a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.   

 

Como é feito o diagnóstico da doença? 

O diagnóstico da doença de Alzheimer é considerado complexo e deve ser feito por um neurologista, de preferência especializado em demência.  

Para ser feito, o diagnóstico envolve avaliações neuropsicológicas, exames físicos (como ressonância magnética) e testes laboratoriais para descartar outras condições que podem causar sintomas parecidos (como outros tipos de demência).   

 

Qual médico procurar? 

O médico responsável por fazer o diagnóstico da doença de Alzheimer, bem como seu tratamento, é o neurologista, de preferência um especialista no assunto.

Geriatra, psiquiatra e até o geneticista – para casos em que a doença pode ter origem genética -- também são especialidades que podem realizar o aconselhamento da família e acompanhamento do paciente.

 

Existem formas de prevenir o Alzheimer? 

Como a causa do Alzheimer não é totalmente conhecida, não há como prevenir o seu surgimento. No entanto, por ser uma doença neurodegenerativa, alguns hábitos podem ajudar a atrasar o surgimento e sua progressão: 

  • Praticar atividade física regularmente, de três a cinco vezes por semana durante pelo menos 30 minutos. 

  • Controlar a pressão arterial, em caso de hipertensão. 

  • Manter um peso saudável, com IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 25. 

  • Não fumar, pois o tabaco contém substâncias tóxicas que causam danos nas células cerebrais. 

  • Manter o cérebro ativo: jogos de estratégia, aprender algo novo, treinar a memória memorizando coisas do dia a dia, entre outras atividades que estimulem o órgão. 

 

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Categoria
Saúde