Saúde mental: entenda sua importância
Autora: Carolina Martins do Prado, Farmacêutica, Doutora em Psiquiatria
Saúde mental envolve diversas áreas da vida e deve ser prioridade em todos os momentos, desde a infância até a terceira idade.
O mês de janeiro conta com movimento social chamado de Janeiro Branco, no qual a importância da construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade é reforçada.
O que é saúde mental?
Saúde mental inclui nosso bem-estar emocional, psicológico e social. Ela atinge o modo como pensamos, sentimos, agimos, lidamos com as situações do dia a dia e nos relacionamos com as demais pessoas.
Existem alguns sinais que podem indicar que algo não vai bem, como:
- Afastar-se das pessoas e atividades habituais;
- Sentir-se com pouca ou nenhuma energia;
- Uso exagerado de substâncias lícitas e ilícitas;
- Mudanças de humor frequentes;
- Pensamentos recorrentes incapazes de saírem da cabeça;
- Incapacidade de realizar as atividades do dia a dia;
- Sentir-se incomumente confuso, esquecido, nervoso, zangado, chateado, preocupado ou assustado.
Qual é a importância de cuidar da saúde mental?
O cuidado com a saúde mental é essencial em todos os momentos da vida, pois influencia não só no mental, mas também na saúde física.
A depressão aumenta o risco de diversas condições, especialmente crônicas, como diabetes e doenças cardíacas.
Quando a saúde mental está equilibrada, é possível realizar atividades do dia a dia, estudo e trabalho utilizando todo seu potencial, além de auxiliar na hora de passar por momentos não planejados e de estresse da melhor maneira possível.
Como cuidar da saúde mental?
Há maneiras de manter a saúde mental positiva. As principais são:
- Procurar ajuda profissional, quando necessário;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Socializar com outras pessoas;
- Ter uma rotina de autocuidado;
- Priorizar boas noites de sono.
Qual é a relação entre atividade física e saúde mental?
Em um nível muito básico, atividade física significa qualquer movimento do seu corpo que use seus músculos e gaste energia.
A atividade física é uma ótima maneira de manter-se fisicamente saudável, além de melhorar o bem-estar mental. Pesquisas mostram que fazer exercícios libera substâncias químicas do bem-estar chamadas endorfinas no cérebro. Mesmo uma curta caminhada de 10 minutos pode melhorar o estado de alerta mental, energia e humor.
A prática de atividades físicas regulares pode aumentar a autoestima e reduzir o estresse e a ansiedade. Também desempenha um papel na prevenção do desenvolvimento de doenças mentais e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com problemas de saúde mental. O exercício físico pode ser uma alternativa de tratamento para a depressão, podendo ser usado em combinação com medicamentos e/ou terapia psicológica.
Encontrar uma atividade que você goste pode fazer você se sentir menos estressado, mais focado e lhe dar um senso de propósito
Redes sociais e saúde mental: como manter o equilíbrio?
As redes sociais provocaram uma revolução na interação entre as pessoas e esse fenômeno, se não usado adequadamente, pode impactar diretamente a saúde mental dos usuários.
Um estudo feito pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health (RSPH), em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, apontou que as redes sociais provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde, dependendo de como é utilizada. O resultado indicou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente no sono, na autoimagem e aumenta o medo e ansiedade. Cerca de 70% dos jovens revelaram que o aplicativo fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem e, quando a fatia analisada são as meninas, esse número sobe para 90%.
Pesquisas sugerem que jovens usuários frequentes de mídia social gastam mais do que duas horas por dia com o uso de redes sociais como Facebook, Twitter ou Instagram irão, provavelmente, relatar problemas de saúde mental, incluindo sofrimento psicológico.
A imagem corporal é um problema para muitos jovens, particularmente entre as mulheres na fase da adolescência. Estudos mostram que 90% das jovens estão descontentes com o corpo, justamente em uma era onde são carregadas cerca de 10 milhões de novas fotografias apenas no Facebook a cada hora, o que gera uma rede infinita de comparação baseada em aparência. Esse impacto é tão grande, que um estudo apontou que a mídia social está por trás do aumento de gerações mais jovens que procuram por cirurgia plástica para aparecer melhor em fotos.
Por outro lado, as redes sociais podem gerar oportunidades de discussão e informação. Portanto, precisamos estar atentos ao conteúdo que consumimos nas redes. A utilização correta e consciente das redes sociais pode funcionar como uma forma de lazer, na qual além de possibilitar o contato com amigos e pessoas do mundo inteiro, nos permite estar por dentro de informações e questões importantes do momento. Não é preciso parar de utilizar as mídias sociais, porém é essencial saber dosar o consumo de conteúdo, pois o excesso pode ocasionar grandes malefícios à nossa saúde mental e emocional como já foi explicado.
Alguns hábitos como limitar o tempo de uso, priorizar páginas que agreguem valor e não causem mal-estar, podem proporcionar uma experiência mais agradável e menos prejudicial à saúde mental.
Saúde mental: quais profissionais procurar?
Caso perceba sinais de que a saúde mental não vai bem, é fundamental procurar ajuda de profissionais em psiquiatria e psicologia.
Com o diagnóstico exato e indicação de tratamento efetivo, o paciente conseguirá melhorar e reduzir os sintomas que afetam a vida diária.
Como os testes genéticos podem contribuir para a saúde mental?
Dentre os testes genéticos que podem contribuir para a saúde mental, destaca-se a Farmacogenética. Essa ciência estuda alterações no DNA do paciente relacionadas com a resposta a determinados medicamentos, principalmente os psiquiátricos.
Quando um paciente inicia um tratamento psiquiátrico, o médico não sabe como o corpo do paciente reagirá, se ele fará o efeito esperado ou se causará reações adversas incômodas e até mesmo graves. Assim, com um exame farmacogenético, podemos identificar os possíveis medicamentos que serão efetivos e bem tolerados para cada paciente, minimizando as tentativas e erros dos tratamentos medicamentosos, efeitos adversos e custos com medicamentos ineficazes. O exame PharmOne® é um exemplo.
Diante disso, a farmacogenética contribuirá para a saúde mental por promover uma escolha assertiva do tratamento, possibilitando a melhora do quadro psiquiátrico e a diminuição do sofrimento de pacientes e familiares.