Pré-natal: o que é, quando começar e importância para a gestação

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Autor: Dr. Javier Miguelez - médico especialista em medicina fetal do laboratório Alta Diagnósticos e da Dasa Genômica.

 

 

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O pré-natal é o acompanhamento médico que as gestantes realizam ao longo da gravidez para monitorar o desenvolvimento do bebê e garantir a saúde da mãe. É um dos pilares para garantir uma gestação saudável e um parto tranquilo.

Continue a leitura para entender mais sobre ele e como deve ser feito. 

Pré-natal: o que é?

O pré-natal é uma série de consultas médicas que tem por objetivo proteger e promover a saúde da mãe e do bebê para que este nasça nas melhores condições.

O acompanhamento também prepara a mãe para o parto e a amamentação, além de identificar condições que possam exigir cuidados especiais no parto ou nos cuidados neonatais. 
 


Quando realizar a primeira consulta pré-natal?

A primeira consulta do pré-natal deve ocorrer assim que existir a suspeita ou o diagnóstico de gestação. Em um mundo ideal, no entanto, a primeira consulta deveria ocorrer antes da gestação, a chamada “consulta pré-concepcional”. 

Exames solicitados durante o pré-natal

Há uma série de exames solicitados já na primeira consulta do pré-natal. Os principais exames visam rastrear problemas que prejudiquem mãe e bebê, como anemia e diabetes gestacional.

Doenças infecciosas que podem ser transmitidas da mãe para o bebê também são pesquisadas com exames, como citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis e rubéola (transmitidas na gestação), HIV, hepatite B e hepatite C (estas, podem ser transmitidas durante o parto).

Outros exames de sangue, urina e o exame papanicolau também podem ser solicitados durante o pré-natal. 

Primeiro trimestre

No primeiro trimestre é possível identificar o sexo do bebê com a sexagem fetal, exame que pode ser realizado a partir de 8 semanas de gestação.

É também no primeiro trimestre que se faz o primeiro ultrassom morfológico. Nesse exame, idealmente realizado com 12 semanas, é possível afastar um grande número de malformações graves no bebê. É também o momento de ver a translucência nucal, uma medida obtida a partir da observação da quantidade de líquido no pescoço do bebê.

Essa é uma importante medida que deve ser interpretada em função do tempo de gestação e da idade da mãe. Essa análise resulta em um cálculo de risco ou probabilidade de existirem problemas no número de cromossomos do bebê, provocando síndromes como a Síndrome de Down, entre outras.

Para ser mais preciso, esse cálculo de risco pode incluir marcadores bioquímicos. Trata-se de dois hormônios (beta-hCG livre e PAPP-A) ou três (os mesmos + o PLGF) que costumam estar alterados na mulher quando o bebê tem alguma condição genética. Quando o risco de doença é alto (maior que 1 em 100) ou intermediário (maior que 1 em 1000), normalmente é indicado realizar o NIPT.

O NIPT (do inglês, “Non-Invasive Prenatal Testing”) é um rastreio genético, não-invasivo, feito por meio de um exame de sangue materno que analisa o DNA fetal e possíveis alterações genéticas para certas síndromes já conhecidas.

O ultrassom morfológico de primeiro trimestre também é importante para avaliar um possível risco de desenvolvimento das formas mais graves e precoces de pré-eclâmpsia, uma doença que afeta cerca de 5% das gestantes e que se caracteriza pela elevação da pressão arterial na segunda metade da gestação.

Quando o risco é alto (maior que 1 em 100) é possível adotar medidas preventivas capazes de reduzir as formas mais graves e precoces em até 80%. 

 
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Segundo trimestre

No segundo trimestre alguns exames laboratoriais são repetidos, novamente com o objetivo de rastrear principalmente anemia, diabetes gestacional e doenças infecciosas.

Entre 20 e 24 semanas é realizado o ultrassom morfológico de segundo trimestre. Nesse exame é, possível avaliar os detalhes da formação do bebê e descartar a maior parte dos defeitos estruturais.

Nesse exame também é avaliado o fluxo útero-placentário (o chamado Doppler) e o comprimento do colo do útero (avaliado pelo ultrassom via transvaginal), o que permite identificar o risco de desenvolvimento das formas mais precoces de parto prematuro.

Quando o colo é curto, é possível adotar medidas preventivas capazes de reduzir significativamente esse risco. 

Terceiro trimestre

No terceiro trimestre, são repetidos exames laboratoriais, novamente com o objetivo de rastrear principalmente anemia, diabetes gestacional e doenças infecciosas.

Entre 24 e 28 semanas de gestação é realizado o teste de tolerância à glicose oral, no qual a paciente ingere uma solução que contém 75 g de glicose e a glicemia é medida antes, uma hora e duas horas após a ingestão.

O diabetes gestacional acomete cerca de 16% das gestantes e pode ser controlado na maior parte das vezes com medidas dietéticas. Em alguns casos, é necessário administrar alguma medicação para melhor controle da glicemia.

Entre 26 e 28 semanas é realizada a ecocardiografia fetal e, quando indicado, o morfológico de terceiro trimestre com Doppler colorido, que tem foco maior na avaliação do coração, cérebro, rins e crescimento fetal.

O perfil biofísico fetal, a cardiotocografia e a ultrassonografia obstétrica com Doppler são exames que avaliam o crescimento, bem-estar fetal e funcionamento da placenta e podem ser solicitados com maior ou menor frequência, sobretudo nas últimas semanas de gestação, de acordo com a necessidade.

A pesquisa da bactéria estreptococo do grupo B é realizada com 35 a 37 semanas, por meio de coleta de secreção vaginal. Quando a pesquisa é positiva, é necessário o uso de antibióticos durante o trabalho de parto para a prevenção da infecção do recém-nascido.

Importância do NIPT durante o pré-natal 

O NIPT (do inglês, “Non-Invasive Prenatal Testing”) é um exame de rastreio genético, não-invasivo, feito por meio de uma coleta de sangue da mãe e que analisa o DNA fetal e possíveis alterações genéticas para certas síndromes já conhecidas. 

O NIPT tradicional é recomendado quando há risco ou probabilidade de existirem problemas no número de cromossomos do bebê, como Síndrome de Down. Existe também o NIPT ampliado, que avalia adicionalmente algumas condições genéticas mais raras.  

O NIPT ainda não é coberto pelos convênios ou pelo SUS (sistema único de saúde). Por isso, nem todas as pacientes realizam esse exame. Alguns médicos o indicam para todas as gestantes, enquanto outros indicam apenas em casos mais específicos, como nas gestantes com mais de 35 anos ou naquelas que tem algum achado ultrassonográfico importante.  

Quais medicamentos são recomendados no pré-natal? 

Na gestação está indicado o uso de ácido fólico, na dose de pelo menos 400 microgramas, iniciando assim que ocorrer o diagnóstico da gestação (ou, idealmente, no período pré-concepcional) até o terceiro mês de gestação.

O ácido fólico é importante pois previne a ocorrência de defeitos de fechamento do tubo neural, como a anencefalia e a espinha bífida.

A reposição de ferro e algumas vitaminas também é indicada. Atualmente, já existem muitos multivitamínicos específicos para a gestação que já trazem as dosagens necessárias de cada componente em um único comprimido. 

Vacinas recomendadas para gestantes  

Na gestação estão indicadas todas as vacinas do calendário vacinal, com a exceção daquelas que são produzidas utilizando vírus vivos atenuados, que são:

  • Tríplice viral 

  • Rubéola 

  • HPV 

  • Varicela 

  • Dengue 

Por precaução, também não é indicada a vacinação contra a febre amarela, exceto em casos de surtos da doença.

A vacina da gripe é segura e particularmente importante na gestação, pois algumas formas de gripe (principalmente a H1N1) podem ser graves em gestantes. A vacina para covid-19 (da Pfizer ou a Coronavac) também pode ser usada nas gestantes com ou sem comorbidades. Já as vacinas da covid-19 que usam vetor viral (AstraZeneca e Johnson) devem ser evitadas.

Pacientes com fator RH negativo devem receber --com 28 semanas e no momento do parto-- a imunoglobulina anti-D, que previne a sensibilização e a ocorrência de doença hemolítica perinatal. Caso o grupo Rh fetal seja conhecido e também negativo, não é necessária essa imunização. 

 

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Categoria
Saúde