Desmaio: causas, riscos e como diagnosticar a origem
Autora: Letícia Rebello, médica neurologista
O desmaio, que também é conhecido como síncope, ocorre quando há a perda transitória de consciência e tônus muscular. A recuperação costuma ser rápida e sem sequelas para o organismo.
No entanto, o desmaio, principalmente quando é frequente, costuma ser um sintoma de alguma condição de saúde que merece atenção e tratamento adequado.
Entenda as causas do desmaio, principais sintomas e como é feito o diagnóstico da condição.
O que é desmaio?
O desmaio pode ser definido como a perda total de consciência e a capacidade de ficar em pé, levando à queda. Geralmente, a pessoa se recupera rapidamente.
O problema é bastante comum e nem sempre indica algo grave. No entanto, é mais arriscado para idosos, gestantes e pessoas com problemas cardíacos.
As causas do desmaio geralmente estão relacionadas a sintomas de outras condições e, portanto, podem variar desde causas cardiológicas e neurológicas, em menor proporção. É importante buscar um especialista para ter um diagnóstico quando o problema é recorrente.
O que pode causar um desmaio?
O desmaio não é considerado uma doença, mas sim uma manifestação de que algo está errado com o organismo. Na maioria das vezes, a síncope ocorre quando há uma diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro.
Entre as condições que podem causar um desmaio, estão:
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Doenças cardiovasculares, que comprometem o fluxo normal do sangue. É o caso da arritmia cardíaca, por exemplo;
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Distúrbios metabólicos, como hipoglicemia (diminuição de açúcar no sangue), anemia e desidratação;
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Uso de alguns medicamentos;
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Queda brusca da pressão arterial devido a mudança de postura (hipotensão ortostática);
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Calor em excesso;
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Problemas emocionais, como ansiedade, nervosismo e cansaço extremo.
Quais os riscos de desmaiar?
É comum acreditar que o desmaio é um evento inofensivo. Porém, ele pode ser um sintoma de algum problema de saúde.
Além disso, o desmaio aumenta o risco de um traumatismo craniano ou fraturas ósseas, devido à queda brusca.
Quais sintomas indicam um desmaio iminente?
É comum que o desmaio aconteça de forma repentina. Mas, algumas pessoas apresentam alguns sintomas prévios. Entre eles, estão:
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Mal-estar;
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Enjoos e náuseas;
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Tontura;
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Alterações de visão;
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Sensação de calor;
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Palidez;
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Respiração lenta;
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Suor frio;
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Fraqueza.
O que fazer quando tenho desmaios recorrentes?
Quando ocorrem desmaios recorrentes é fundamental buscar um especialista para identificar a causa.
É importante checar se não é uma situação mais grave, que exige acompanhamento médico.
Indivíduos que apresentam episódios recorrentes e inexplicáveis de desmaio podem ter arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca, risco de convulsão ou alguma doença no sistema nervoso central que precisa de um diagnóstico preciso.
Além disso, essa recorrência pode indicar um quadro de síndrome vasovagal, ou seja, quando há diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos por ação do nervo vago, localizado na nuca. Quando isso acontece, o cérebro sofre um tipo de “desligamento automático” para se proteger e a pessoa desmaia.
Como diagnosticar as causas?
Durante a consulta médica, o especialista solicita alguns exames para identificar as causas do desmaio e descartar problemas de saúde mais graves.
Após a avaliação clínica do indivíduo, o médico pode indicar exames de imagens, neurológicos e exames de sangue para investigar a causa do desmaio.
Um exame bastante eficaz no diagnóstico de desmaios e tonturas recorrentes é o Tilt test (ou teste da mesa inclinada).
Bastante rápido e simples, o indivíduo fica deitado (de barriga para cima) com braços e pernas estendidos por alguns minutos.
Em seguida, a mesa se inclina para que surjam sintomas de queda de pressão ou frequência cardíaca. Durante o exame é realizada a monitorização da pressão arterial e um eletrocardiograma para observar qualquer alteração.