HIV e Aids: Quais são os sintomas, principais diferenças e como prevenir a infecção
Autora: Dra. Adriana Campaner - Médica ginecologista
HIV e Aids são diferentes. O HIV é o vírus da imunodeficiência humana que causa a Aids (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Saber suas diferenças, como prevenir e como diagnosticar são passos essenciais para o início de um tratamento precoce.
HIV e Aids: o que são?
HIV: o que é?
O vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana) tem como particularidade infectar os linfócitos que são chamados de CD4. Nós temos vários tipos de linfócitos, que são as células brancas de defesa do nosso organismo, e, nesse caso, o vírus do HIV infecta os linfócitos CD4.
Aids: o que é?
A Aids é uma sigla para a síndrome da imunodeficiência adquirida, que é a doença causada pelo vírus HIV.
Qual a diferença entre HIV e Aids?
HIV é o vírus, o agente etiológico. Existem pessoas que são portadoras do vírus, ou seja, estão infectados pelo HIV, mas não apresentam sinais clínicos de doença. Geralmente se trata da fase de latência, não apresentando sintomas.
Já a Aids é a doença causada pelo vírus HIV. Atualmente, ocorre especialmente quando não há reconhecimento precoce da infecção, os seja, não é feito o diagnóstico. A Aids apresenta sinais e sintomas variados decorrentes do comprometimento da imunidade.
Quais são os sintomas da Aids?
Atualmente os quadros característicos de Aids, frequentemente vistos nas décadas de 80 e 90, são cada vez mais raros pois o tratamento se tornou bastante efetivo no controle da infecção. Portanto, a Aids ocorre especialmente em pessoas que não foram diagnosticadas precocemente ou que não aderiram ao tratamento proposto. Os sintomas são variados, desde sintomas leves e gerais, como suor noturno, cansaço, emagrecimento sem causa, diarreia (às vezes tem vírus que acometem os pacientes com a HIV e acabam dando diarreia frequente), candidíase oral e vaginal de repetição (que não melhora), até quadros infecciosos graves como pneumonia e meningite.
Além disso, o paciente pode ter infecções oportunistas.
Para entender melhor, temos que lembrar que uma pessoa saudável, ao entrar em contato com vírus, bactérias e fungos produz uma resposta imunológica e consegue conter, em grande parte das vezes, a proliferação desses microrganismos, combatendo possíveis infecções.
Como o HIV infecta as células de defesa, essa vigilância e resposta à presença de microrganismos pode estar prejudicada e por isso, há maior chance de desenvolver infecções repetidas vezes. Um exemplo frequente de infecção recorrente é o herpes simples (labial ou genital) e o herpes zoster (cobreiro).
As infecções de pulmão e sistema nervoso central ocorrem com maior frequência e podem ser causadas por agentes atípicos como fungos e vírus.
Outro risco dessa redução de imunidade é do desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como um tipo especifico de câncer de pele (sarcoma de Kapose), tumores de gânglios (linfomas), câncer de colo de útero, vulva, vagina, pênis e anus.
Quais os sintomas do HIV?
Na fase assintomática ou de latência da infecção pelo HIV, o paciente não apresenta nenhum sintoma. Eventualmente podem ocorrer linfoadenomegalias (aumento dos gânglios, “ínguas”) e alguns poucos sintomas gerais, como cansaço e aumento da sudorese durante a noite.
Na maioria das vezes, por não ter sintomas, a infecção pelo HIV é descoberta após a realização de exames laboratoriais com detecção dos anticorpos.
O HIV deve fazer parte da rotina de exames de todas as pessoas, especialmente para pessoas que já receberam transfusão sanguínea, tem múltiplos parceiros, usuários de drogas e para pessoas com diagnostico de outras infecções sexualmente transmissíveis.
O conselho federal de Medicina orienta que há benefício na coleta concomitante dos exames de HIV, Hepatite B e C e sífilis, pois o diagnóstico precoce, antes das manifestações clinicas, permite o tratamento precoce e melhores resultados e prognóstico.
Como diagnosticar HIV e Aids?
O diagnóstico do HIV e da Aids é baseado na história clínica, nos sinais e sintomas, exame físico e exames laboratoriais.
Nos casos de infecção latente pelo HIV, na qual existem poucos ou nenhum sintoma, o diagnostico se baseia principalmente nos exames laboratoriais, que devem ser solicitados de rotina mesmo na ausência de sinais e sintomas.
Nos casos de Aids, a presença de sintomas pode ser inespecífica, ou muito sugestiva, no caso das infecções oportunistas, porem em todo os casos a suspeita clinica deve ser confirmada pelos exames sorológicos ou virêmicos.
Os exames laboratoriais disponíveis para o diagnóstico do HIV podem avaliar a presença de anticorpos contra o vírus (teste HIV mais comum), a presença de proteínas do vírus (testes confirmatórios) ou o vírus propriamente dito (PCR e carga viral). Além disso, para pessoas com o diagnóstico prévio de HIV ou Aids a dosagem dos níveis de CD4, pode contribuir para definições quanto ao tratamento. Os CD4 são os linfócitos que o vírus ataca prioritariamente.
A medida da carga viral é um marcador importante para o acompanhamento do tratamento e é solicitado de tempos em tempos.
O que são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?
As ISTS são infecções virais, bacterianas ou causadas por outros microrganismos, que têm em comum a transmissão pela via sexual (oral, vaginal e anal).
Essas infecções também podem ser transmitidas durante o parto, chamada transmissão vertical, e também pelo contato de pele e mucosa não integra (com lesão) com secreções corporais contaminadas.
Como prevenir a Aids e o HIV?
Os meios mais comuns de transmissão são:
- Via sexual
- Via sangue contaminado
- Parto natural (vertical)
Portanto a prevenção inclui o uso de preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar seringas ou objetos cortantes, testar sangue e hemoderivados que serão utilizados em transfusão (bancos de sangue tem regras bastante rígidas neste aspecto) e incluir o teste do HIV na rotina de pré-natal de todas as gestantes.
Cuidar da saúde da mulher e do homem é essencial em todas as fases da vida. Manter os exames em dia também é uma forma de se prevenir contra o vírus HIV. Para agendar seus preventivos, escolha o melhor dia e horário através do Nav Dasa.
Qual o tratamento da Aids e do HIV?
O tratamento consiste na utilização de medicamentos antirretrovirais, que podem ser prescritos de forma isolada ou combinada, dependendo da necessidade clínica de cada paciente. As orientações sobre a proteção do (s) parceiro (s) e quanto a regularidade de uso são extremamente importantes para o sucesso terapêutico.
Após o início do tratamento é esperado o aumento dos níveis de CD4 e a redução da carga viral.
Gestantes tratadas podem gerar bebes sem doença, especialmente se os cuidados durante parto e amamentação forem seguidos.
Atualmente, em virtude da efetividade do tratamento na maioria dos casos, o HIV passou a ser uma doença crônica, ou seja, a pessoa consegue viver por muitos anos, com boa qualidade de vida. O mais importante é que o diagnostico seja precoce, assim, quanto antes for iniciado o tratamento, maiores as chances de remissão de carga viral (não se fala em cura, mas seria ausência de vírus circulante).