Câncer de colo de útero: tumor é considerado prevenível; entenda por que

câncer de colo de útero

Autora: Dra. Adriana Bittencourt Campaner, médica ginecologista e obstetra da Dasa

 

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O câncer de colo de útero também é conhecido como câncer cervical. Excluindo os tumores de pele não melanoma, essa é terceira doença maligna mais comum em mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

 

O que é câncer de colo de útero?  

O câncer de colo de útero é um tumor maligno que aparece no colo do útero – ou seja, na parte final deste órgão, que o conecta com a vagina e é visível no exame especular. 

Essa doença é precedida pelas lesões pré-cancerosas, que são chamadas de neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC). Se as lesões pré-cancerosas forem tratadas, elas não se transformam em câncer. 

 

Quais são as causas do câncer de colo de útero?  

A principal causa do câncer de colo de útero é o papilomavírus humano (HPV). Esse vírus geralmente é adquirido em relações sexuais, por contato oral-genital, genital-genital ou manual-genital. 

Isso não quer dizer que o HPV sempre resulta em câncer. Mas existem alguns tipos de HPV (como os tipos 16 e o 18) que, quando associados a outros fatores, podem levar ao desenvolvimento da lesão pré-cancerosa e, depois, do câncer. Tais fatores incluem, por exemplo, tabagismo e infecções. 

 

Quais são os sintomas de câncer de colo de útero?  

Não costuma haver sintomas em estágios iniciais e na fase pré-cancerosa. Por outro lado, em estágios mais avançados de câncer de colo de útero podem surgir manifestações como: 

  • Dor na pelve; 

  • Sangramento vaginal espontâneo (fora do período de menstruação) ou quando há relação sexual; 

  • Cólicas; 

  • Insuficiência renal (caso o tumor tenha se espalhado); 

  • Dificuldade para evacuar (caso o tumor tenha se espalhado). 
     

Como é feito o diagnóstico?  

O exame utilizado para diagnóstico do câncer de colo de útero em fases iniciais, bem como para as lesões pré-cancerosas, é o Papanicolau (citologia cervical, um procedimento importante para a saúde da mulher) ou também o teste de DNA do HPV. 

Se estes exames estiverem alterados, indicam a realização da colposcopia: com um aparelho com lentes de aumento e iluminação adequada, é possível visualizar o colo do útero, a vagina e a vulva, e retirar uma amostra do tecido para biópsia. 
 
Em fases mais avançadas, o câncer de colo pode ser visto em exame físico ou de imagem. 

 

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Câncer de colo de útero pode ser detectado no ultrassom?  

Em alguns casos de câncer de colo do útero, nos quais as pacientes já passaram da fase de pré-câncer, é possível identificar uma ulceração ou uma massa até mesmo durante o exame físico feito pelo médico ginecologista. 

Alterações também podem ser vistas por meio do ultrassom vaginal, da tomografia e da ressonância de pelve. No entanto, se o tumor estiver em fase bem inicial, pode ser difícil visualizá-lo nesses exames de imagem. 

Como é feito o tratamento?  

O tratamento do câncer de colo de útero depende das características de cada paciente.

O estadiamento (avaliação de quais órgãos e tecidos foram atingidos pela doença) é um dos fatores que influencia a abordagem terapêutica. 

No estágio 1, o câncer está restrito ao colo do útero, o que permite a realização de cirurgia.

Já nos estágios seguintes, pode haver acometimento da vagina, dos ligamentos laterais do útero, da bexiga ou do reto, além de metástase à distância.

Para esses quadros, geralmente o tratamento é baseado na radioterapia e na quimioterapia. 

 

Câncer de colo de útero tem cura?  

Sim. Em geral, o câncer de colo de útero tem bons índices de cura. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor tende a ser o prognóstico. Por isso, é importante manter consultas e exames ginecológicos em dia. 

 

Dicas de prevenção do câncer de colo de útero  

Existe a prevenção primária e a prevenção secundária do câncer de colo de útero. A primária corresponde à aplicação da vacina HPV, que evita que a pessoa se infecte com o HPV, o causador do tumor.

A imunização é recomendada mesmo a quem já teve contato com o vírus. 

Nas clínicas privadas, está disponível a vacina nonavalente, indicada para qualquer indivíduo entre 9 e 45 anos.

Já a rede pública de saúde disponibiliza a vacina quadrivalente para crianças (meninos e meninas) de 9 a 14 anos e pessoas imunossuprimidas ou vítimas de abuso sexual entre 9 e 45 anos. 

A prevenção secundária é para indivíduos que já contraíram HPV. A estratégia consiste em detectar a lesão na fase pré-câncer e tratá-la cirurgicamente antes que se transforme, de fato, em um tumor maligno.

 

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Categoria
Saúde