Tipos de hepatite: quais são as principais diferenças, sintomas e tratamento adequado
Fonte: Dra. Natália Trevizoli, médica hepatologista
Há diversos tipos de hepatite. Os agentes etiológicos que causam hepatites virais mais relevantes do ponto de vista clínico e epidemiológico são representados por letras do alfabeto: vírus A, vírus B, vírus C, vírus D e vírus E. Estes vírus infectam diretamente as células hepáticas e diferem quanto à transmissão, sintomas e complicações.
As hepatites virais constituem um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Quais os tipos de hepatite existentes?
Os tipos de hepatites virais existentes são: Hepatite A; Hepatite B; Hepatite C; Hepatite D e Hepatite E.
Hepatite A
Saiba o que é a hepatite A: sintomas da doença e transmissão. É uma infecção do fígado altamente contagiosa, causada pelo vírus da hepatite A. Sua principal via de contágio é a fecal-oral, por contato inter-humano ou por meio de água e alimentos contaminados.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição possui grande relação com alimentos ou água contaminados, baixo nível de saneamento básico e de higiene pessoal.
É o tipo de hepatite que possui maiores chances de ter uma evolução benigna, raramente evoluindo para complicações graves.
Hepatite B
A hepatite B (HBV) é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), transmitida através de relações sexuais desprotegidas. Outra forma comum de contrair a condição é pela via parenteral, ou seja, através do compartilhamento de agulhas e seringas, materiais para tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, etc.
Na hepatite aguda, os sintomas (quando presentes) em geral duram poucas semanas. Os pacientes podem se queixar de cansaço, perda de apetite, náuseas, mal estar, pele e olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras.
A hepatite B pode se tornar crônica, e na maioria dos casos na fase inicial não causa sintoma algum. Porém, com o passar de anos e a evolução da doença, podem surgir complicações decorrentes do mau funcionamento do fígado, como:
• Inchaço abdominal (ascite);
• Coloração amarelada da pele e mucosas (icterícia);
• Baço aumentado;
• Surgimento de varizes no esôfago.
Esse tipo de hepatite é contagioso e a melhor forma de preveni-lo é utilizando preservativo, não compartilhando objetos de uso pessoal e se imunizando.
Entre as hepatites virais, a hepatite B é a segunda maior causa de óbitos. Casos de hepatite B na gravidez podem ser um perigo tanto para a gestante quanto para o bebê, devido a possibilidade de transmissão vertical da mãe para o filho durante a gestação ou parto.
Prevenir-se através da vacinação é essencial.
Hepatite C
A hepatite C é uma infecção viral que afeta o fígado e a principal característica é sua evolução silenciosa, podendo demorar anos até ser diagnosticada. Entenda sobre hepatite C: Sintomas, cura e transmissão.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tipo C foi responsável por 70% das hepatites crônicas. Historicamente figura entre as principais causas de cirrose hepática, sendo considerado o tipo mais grave dentre as hepatites virais.
A principal forma de transmissão da hepatite C é por via parental, ou seja, por contato com sangue contaminado e hemoderivados.
Da mesma forma que a hepatite B, no momento da infecção o paciente pode apresentar poucos ou nenhum sintoma, fazendo a doença passar despercebida.
O vírus da hepatite C produz uma inflamação crônica no fígado que leva a formação de fibrose, podendo evoluir lentamente e de forma silenciosa para a cirrose, caso não seja diagnosticada e tratada precocemente.
Por enquanto, não existe vacina capaz de prevenir a doença.
Hepatite D
A hepatite C é uma infecção viral que afeta o fígado e a principal característica é sua evolução silenciosa, podendo demorar anos até ser diagnosticada. Entenda sobre hepatite C: Sintomas, cura e transmissão.
De acordo com o Ministério da Saúde, o tipo C foi responsável por 70% das hepatites crônicas. Historicamente figura entre as principais causas de cirrose hepática, sendo considerado o tipo mais grave dentre as hepatites virais.
A principal forma de transmissão da hepatite C é por via parental, ou seja, por contato com sangue contaminado e hemoderivados.
Da mesma forma que a hepatite B, no momento da infecção o paciente pode apresentar poucos ou nenhum sintoma, fazendo a doença passar despercebida.
O vírus da hepatite C produz uma inflamação crônica no fígado que leva a formação de fibrose, podendo evoluir lentamente e de forma silenciosa para a cirrose, caso não seja diagnosticada e tratada precocemente.
Por enquanto, não existe vacina capaz de prevenir a doença.
Hepatite E
Na maioria dos casos, esse tipo de hepatite possui caráter benigno, dificilmente causando infecções crônicas (quando ocorre, em imunossuprimidos geralmente).
Em casos raros, também pode cursar com hepatite aguda grave.
A principal forma de transmissão é pela via fecal-oral através do consumo de água contaminada.
Para prevenir a hepatite E, é necessário melhorar as condições de saneamento e de higiene.
Hepatite crônica
Considera-se hepatite crônica, a infecção que se prolonga por seis meses ou mais.
Na maioria dos casos, ocorre pelas infecções causadas pelos vírus da hepatite B e C e costumam ser pouco sintomáticas. Já outros pacientes podem sentir mal-estar, perda de apetite e fadiga.
A condição pode progredir para cirrose, câncer de fígado e insuficiência hepática, necessitando de diagnóstico e intervenção precoce que reduzam as chances de progressão.
Quais os sintomas da hepatite?
Grande parte dos pacientes são assintomáticos. Já os que não, normalmente, apresentam sintomas como:
- Febre;
- Perda de apetite;
- Mal-estar;
- Dor abdominal;
- Enjoo/náuseas;
- Fraqueza;
- Vômitos.
- Icterícia
Como é a transmissão da hepatite?
As principais formas de transmissão da hepatite, são:
- Hepatite A: fecal-oral;
- Hepatite B: via parenteral e sexual;
- Hepatite C: via parental;
- Hepatite D: via parenteral e sexual;
- Hepatite E: fecal-oral.
A hepatite é contagiosa?
Todas as hepatites virais são contagiosas, diferindo segundo a forma de transmissão.
Hepatite tem cura? Quais tipos podem ser curados?
Grande parte dos casos de hepatite A e E evoluem para a cura espontânea.
Alguns casos de hepatite B e C podem evoluir para cura espontânea, porém estas infecções também podem cronificar.
Qual é o tratamento para hepatite?
O tratamento dependerá do tipo de hepatite.
Alguns pacientes podem não necessitar de nenhum tratamento, mas o acompanhamento é fundamental.
Nos casos de hepatite B e C, é importante fazer acompanhamento, uma vez que são os tipos da doença que podem evoluir para hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado. O tratamento inclui antivirais.
Em alguns casos, o transplante de fígado pode ser necessário.
Prevenção da hepatite
Em relação à prevenção, existem várias medidas que podem evitar a transmissão das hepatites virais, destacando-se as os tipos B e C:
-
usar preservativo em todas as relações sexuais;
-
exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings;
-
não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure;
-
não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas;
-
não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas.\
Também são recomendados cuidados médicos e odontológicos relacionados a rígido controle para evitar transmissão por meio de transfusão de sangue, transplante de órgãos, procedimentos pérfuro-cortantes, hemodiálise, ou transmissão vertical (da mãe infectada para o filho durante gestação, parto ou amamentação).
Medidas de higiene e otimização de saneamento básico são importantes para prevenção da hepatite A e E.
Sobre vacinas, existe vacina contra a hepatite A e B, que idealmente deve ser universal. Não existe ainda vacina contra a Hepatite C, destacando-se a importância das medidas de prevenção acima citadas.