Cápsula endoscópica: entenda como o exame é feito
A cápsula endoscópica é uma tecnologia moderna e não invasiva utilizada para examinar o intestino delgado e, mais recentemente, a região do cólon. A técnica tem revolucionado o diagnóstico de diversas condições gastrointestinais.
O que é capsula endoscópica?
A cápsula endoscópica é um dispositivo em miniatura, com o tamanho aproximado de uma pílula grande (25mm de comprimento e 11mm de diâmetro), que contém uma câmera de alta resolução, uma fonte de luz e um transmissor de rádio. Ao ser ingerida pelo paciente, a cápsula percorre naturalmente todo o trato gastrointestinal, capturando imagens detalhadas da mucosa intestinal. Essas imagens são transmitidas através de sensores aderidos ao corpo do paciente e conectados a um gravador, onde são armazenadas para posterior análise médica. Para se ter uma ideia, são captadas entre duas a 10 fotos por segundo.
O exame é utilizado principalmente para investigar áreas do intestino delgado, parte do trato gastrointestinal que é difícil de ser examinada através de métodos tradicionais, como a endoscopia e a colonoscopia. A cápsula é descartada naturalmente pelo organismo após o exame, sem necessidade de ser recuperada.
Quando a capsula endoscópica é indicada?
A cápsula endoscópica é indicada principalmente para diagnosticar condições que afetam o intestino delgado, como:
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Sangramentos gastrointestinais;
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Doenças inflamatórias intestinais;
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Pólipos e tumores no intestino delgado;
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Doenças de má absorção do intestino delgado.
Contraindicações
Apesar de ser um exame seguro e não invasivo, a cápsula endoscópica possui algumas contraindicações que devem ser observadas. O exame não é indicado para pacientes que apresentam:
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Estenose (estreitamentos) no intestino que impedem a passagem da cápsula;
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Distúrbios de motilidade intestinal, como gastroparesia, que retardam o movimento da cápsula pelo trato digestivo, não sendo possível ter o exame completo;
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Marcapassos ou outros dispositivos eletrônicos implantados, pois o sinal emitido pela cápsula pode interferir no funcionamento desses dispositivos.
O exame também é contraindicado no caso das gestantes. Não há estudos suficientes na literatura mostrando a segurança do exame, ficando ele recomendável apenas em situações absolutamente necessárias.
Qual a diferença entre a capsula endoscópica e a endoscopia tradicional?
Antes, é preciso lembrar que um exame não substitui o outro, já que a endoscopia tradicional avalia a parte alta (esôfago e estômago) e parte baixa (colón) enquanto a cápsula avalia o intestino delgado.
Na endoscopia tradicional, um endoscópio flexível, equipado com uma câmera, é inserido pela boca (ou pelo reto, no caso de uma colonoscopia) para examinar o trato gastrointestinal superior ou inferior permitindo a realização de biópsias e procedimentos terapêuticos.
O procedimento requer sedação ou anestesia leve e o paciente necessita se recuperar para voltar para casa. Ainda é recomendado que suas atividades do dia a dia sejam suspensas por algumas horas.
Já a cápsula endoscópica é completamente não invasiva, não necessitando de sedação ou anestesia para ser realizada, sendo assim, um exame sem incômodo. Ela permite que o paciente volte as suas atividades diárias logo após a cápsula ser ingerida. Porém, não permite a coleta de biópsias e ou tratamentos endoscópicos.
A capsula endoscópica substitui a colonoscopia?
Não. Embora já exista a cápsula endoscópica para a região do cólon, ela ainda está em fase inicial, com alguns problemas em sua realização - muito deles relacionados ao preparo intestinal que é bem mais exaustivo que a da colonoscopia tradicional.
Além disso, devemos lembrar que a cápsula não permite tratamentos endoscópicos e biópsias. Portanto, a colonoscopia tradicional continua sendo o método de escolha para o estudo do cólon.
Como o exame de capsula endoscópica é feito?
O exame é bastante simples, precisando de jejum similar ao da endoscopia. O paciente ingere a cápsula, que tem o tamanho de um grande comprimido, sendo muito fácil a sua deglutição.
Durante o exame, o paciente usa sensores aderidos ao corpo e um gravador conectado que recebe as imagens enviadas pela cápsula. O exame dura cerca de 8 a 12 horas, tempo necessário para que a cápsula percorra todo o intestino. Durante esse período, o paciente pode realizar suas atividades cotidianas normalmente, embora seja necessário evitar exercícios extenuantes.
Após o exame, a cápsula é eliminada naturalmente pelo corpo nas fezes. O paciente retorna ao laboratório ou hospital, devolvendo o gravador para que o responsável transforme as mais de 150 mil fotos em um vídeo que será utilizado para a leitura e elaboração do laudo final.
Qual é a preparação necessária para o exame?
A preparação para o exame de cápsula endoscópica é similar à preparação para outros exames do trato digestivo, como a endoscopia. Geralmente, o paciente deve:
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Fazer jejum de cerca de 12 horas antes do exame (evitando alimentos sólidos nas 24 horas que o antecedem) para garantir que o trato gastrointestinal esteja limpo e as imagens sejam claras.
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Evitar certos medicamentos, como suplementos de ferro ou outros que possam escurecer as fezes e interferir nas imagens.
A ingestão de laxantes pode ser recomendada para garantir que o intestino esteja completamente limpo.
Quais condições a capsula endoscópica pode detectar?
A cápsula endoscópica é indicada aos pacientes com suspeita de alguma doença no intestino delgado e que já foram submetidos a endoscopia digestiva e colonoscopia e exames de imagem (tomografia, ressonância magnética) em que não foram identificados achados compatíveis com os sintomas. Os dois principais motivos são anemia e doença inflamatória intestinal.
Além disso, a cápsula endoscópica pode ser utilizada para investigar sintomas não explicados, como dores abdominais crônicas ou diarreia persistente, quando outros exames não apresentaram resultados conclusivos.
Capsula endoscópica: preço e onde fazer
Para obter mais informações sobre onde realizar o exame de cápsula endoscópica, entre em contato através do telefone (11) 3003-5554 ou clique no botão abaixo.
Fonte: Dr. Tomazo Franzini, Coordenador Médico de Endoscopia da Dasa e Dr. Thiago Secchi, médico endoscopista da Dasa.