Tratamentos para alzheimer: novos métodos
Embora a cura ainda não seja uma realidade, novos tratamentos para Alzheimer já conseguem retardar a progressão da doença. Com os medicamentos atuais, os pacientes preservam suas funções por mais tempo e ganham qualidade de vida.
As terapias mais recentes, que conseguem de fato retardar o Alzheimer, funcionam melhor quando a condição é descoberta cedo. Por isso, o diagnóstico precoce se tornou ainda mais essencial. E ele passa por identificar os primeiros sinais e buscar ajuda médica rapidamente.
O que é Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva que atinge o cérebro. Isso significa que os neurônios morrem aos poucos. Com o tempo, essa perda de células cerebrais afeta a memória, assim como a linguagem e a coordenação motora.
Uma das marcas da doença é o acúmulo de proteínas tóxicas. Elas formam as chamadas placas amiloides no cérebro, que atrapalham a comunicação entre os neurônios. E é isso que leva à perda gradual das funções cognitivas.
O Alzheimer costuma evoluir em estágios, com sintomas que se agravam. No estágio inicial, a pessoa tem falhas de memória recentes, e pode ter dificuldade para encontrar palavras.
No estágio intermediário, o comprometimento da memória é maior e surgem alterações de comportamento e personalidade. Já na fase avançada, as funções do organismo ficam muito comprometidas: o paciente pode ter até mesmo incontinência e dificuldade para se mover.
Quais são os tratamentos para alzheimer?
Os tratamentos atuais para Alzheimer têm dois objetivos: aliviar os sintomas da doença e tentar retardar sua progressão. Para isso, os médicos usam diferentes classes de medicamentos, sendo que a escolha depende do estágio da doença e das necessidades de cada paciente.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente alguns dos remédios que ajudam a controlar os sintomas cognitivos. E, recentemente, novas drogas foram aprovadas: elas atuam diretamente nas placas de proteína que causam a doença. Mas, além dos remédios, o tratamento pode incluir outras abordagens.
Kisunla
O Kisunla (donanemabe) é um dos novos medicamentos para Alzheimer aprovado pela Anvisa no Brasil. Ele faz parte de uma nova classe cuja função é remover as placas de proteína beta-amiloide do cérebro. Ele é indicado para as fases iniciais da doença e seu objetivo é retardar a progressão do Alzheimer.
Donepezila
A donepezila é um dos medicamentos fornecidos pelo SUS. Ela é indicada para o tratamento do Alzheimer nas fases leve e moderada. Seu papel é ajudar na comunicação entre os neurônios, o que pode melhorar a memória e a atenção dos pacientes.
Rivastigmina
Também disponível no SUS, a rivastigmina é usada nas fases leve e moderada da doença. E, assim como a donepezila, atua para melhorar a função cognitiva. Está disponível em forma de comprimidos e também de adesivo para a pele.
Memantina
Oferecida pelo SUS, a memantina é indicada para a fase moderada a grave do Alzheimer e seu mecanismo de ação é diferente dos outros. Ela protege os neurônios de danos causados pelo excesso de um neurotransmissor.
Galantamina
A galantamina completa a lista de medicamentos padrão do SUS. É utilizada nas fases leve e moderada do Alzheimer e visa aumentar a disponibilidade de uma substância importante para a memória.
Antidepressivos
A depressão é um sintoma comum em pessoas com Alzheimer. Por isso, os médicos podem prescrever antidepressivos para controlar a tristeza, a apatia e a irritabilidade. Em geral, o tratamento melhora o bem-estar do paciente.
Ansiolíticos
Se o paciente apresentar ansiedade e a agitação, os ansiolíticos podem ser indicados. Eles ajudam a acalmar o paciente, mas o uso deve ser feito com cuidado e sempre com acompanhamento médico.
Antipsicóticos
Em alguns casos, o Alzheimer pode levar a sintomas psicóticos como delírios ou alucinações. E os antipsicóticos podem ser usados para controlar esses quadros. O uso é restrito a situações específicas e monitorado pelo médico.
Outras opções de tratamento
O tratamento do Alzheimer vai além dos remédios. As abordagens não medicamentosas ajudam o paciente a preservar habilidades e a lidar com as alterações de comportamento. Com isso, eles ganham em bem-estar e independência.
As terapias são indicadas desde o início, e devem ser personalizadas e adaptadas sempre que a doença avança. As principais opções seriam:
- Estimulação cognitiva: atividades que exercitam o cérebro, como jogos, leitura e exercícios de memória. Elas ajudam a manter as funções mentais.
- Fisioterapia: exercícios para mobilidade, equilíbrio e força muscular. Eles ajudam a prevenir quedas e preservar a independência física do paciente.
- Terapia ocupacional: o terapeuta ajuda o paciente a continuar realizando tarefas como se vestir e comer sozinho.
- Orientação para a realidade: são técnicas que ajudam a pessoa a se manter conectada com o presente. Exemplos: usar calendários, relógios e fotos da família pode ajudar.
O tratamento também inclui orientar e apoiar a família. Cuidadores bem-informados conseguem oferecer um suporte melhor e lidar com os desafios da doença.
Alzheimer tem cura?
Não, o Alzheimer ainda não tem cura. Nenhum tratamento atual consegue reverter os danos já causados ao cérebro.
As terapias também não eliminam a doença por completo. Mas as drogas mais recentes já conseguem retardar a progressão da doença. E isso é um grande avanço no tratamento.
Alzheimer precoce tem cura?
Assim como a forma tardia, o Alzheimer precoce também não tem cura. O tratamento busca controlar os sintomas e retardar o avanço da doença. E, assim, preservar a independência e a qualidade de vida por mais tempo.
Como prevenir o Alzheimer?
Embora não seja possível garantir a prevenção, adotar um estilo de vida saudável e controlar doenças de base ajuda bastante a reduzir os riscos. Confira a seguir algumas medidas importantes nesse sentido.
- Mantenha uma dieta equilibrada e nutritiva, baseada em alimentos in natura e integrais;
- Pratique exercícios físicos para proteger os neurônios;
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
- Não fume, já que o tabagismo acelera o envelhecimento cerebral.
- Busque ter boas noites de sono;
- Mantenha contato com amigos e familiares;
- Estimule o cérebro: aprenda coisas novas, leia e invista em atividades que desafiem a mente;
- Controle a pressão alta: a hipertensão pode afetar os vasos sanguíneos do cérebro;
- Cuide da audição: a perda auditiva não tratada está associada a um maior risco;
- Evite pancadas na cabeça: use capacete ao praticar esportes de risco.
Núcleo de Memória Alta Diagnósticos
O Núcleo de Memória do Alta Diagnósticos é um centro especializado no diagnóstico e acompanhamento de doenças que afetam a memória.
O espaço oferece uma avaliação completa e integrada feita por equipes formadas por neurologistas, geriatras e outros especialistas.
O objetivo é fornecer um diagnóstico preciso, e a partir dele, definir o melhor plano de tratamento para cada paciente, de forma individualizada.
Fonte: Dr. Diogo Haddad Santos, Neurologista



