Medicamento para a doença de Alzheimer: quais são os principais?
Até pouco tempo, o tratamento da doença se concentrava em aliviar os sintomas. Mas um medicamento para Alzheimer aprovado recentemente pela Anvisa mudou essa perspectiva. A terapia é uma das primeiras a reduzir o declínio cognitivo e funcional do paciente.
Este medicamento se junta a outras opções já existentes, que continuam sendo importantes para o controle dos sintomas. E o surgimento de tratamentos mais modernos só reforça a importância de um diagnóstico precoce.
Medicamentos para Alzheimer: o que há de mais atual no tratamento
Até pouco tempo, o tratamento da doença de Alzheimer se concentrava apenas em aliviar os sintomas. No entanto, um novo medicamento aprovado pela Anvisa trouxe uma mudança importante: ele é uma das primeiras terapias capazes de retardar a progressão do comprometimento cognitivo, e não apenas tratar seus efeitos.
Esse novo tratamento se soma às opções já existentes, que continuam essenciais para o controle dos sintomas e para a qualidade de vida dos pacientes. O avanço reforça ainda mais a importância do diagnóstico precoce, que permite iniciar as intervenções quando ainda há benefício real ao cérebro.
Categorias de medicamentos para Alzheimer
Os medicamentos usados no tratamento do Alzheimer podem ser divididos em duas grandes categorias:
Medicamentos sintomáticos
Eles atuam sobre neurotransmissores, ajudando a equilibrar a comunicação entre os neurônios. Eles não impedem a progressão da doença, mas podem melhorar temporariamente a memória, o raciocínio e o comportamento.
Fazem parte dessa classe a donepezila, rivastigmina, galantamina e a memantina — todas disponíveis no SUS, inclusive para casos graves.
Terapias modificadoras da doença
Elas agem diretamente sobre os mecanismos biológicos do Alzheimer. Essa classe mais recente inclui anticorpos monoclonais, que reconhecem e removem as placas da proteína beta-amiloide, uma das principais marcas da doença no cérebro. O objetivo é retardar o processo neurodegenerativo, preservando a função cognitiva e a autonomia do paciente.
Essas terapias de nova geração são indicadas apenas para estágios iniciais do Alzheimer, quando ainda é possível interferir no curso da doença.
Medicamento para Alzheimer no estágio inicial
Os tratamentos mais promissores são justamente aqueles voltados para a fase inicial do Alzheimer — quando o comprometimento é leve e o dano cerebral ainda não é extenso.
Exemplo dessa nova geração de terapias é o Donanemabe (nome comercial Kisunla), recentemente aprovado pela Anvisa.
Esses medicamentos são indicados para pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência leve devido à doença de Alzheimer. E têm como alvo o acúmulo da proteína beta-amiloide, removendo as placas tóxicas que se depositam entre os neurônios.
Estudos clínicos mostraram que essa ação pode retardar o declínio cognitivo e funcional em cerca de 25% a 35%, possibilitando que o paciente mantenha a autonomia e a qualidade de vida por mais tempo.
É importante entender que esses fármacos não revertem os danos já existentes, mas atuam nos estágios do alzheimer em que o processo ainda é reversível do ponto de vista biológico. Por isso, o diagnóstico precoce é decisivo.
Kisunla: o que é e como funciona
O Kisunla (Donanemabe) é um anticorpo monoclonal administrado por via intravenosa mensal. Ele atua reconhecendo e se ligando às placas de beta-amiloide no cérebro, promovendo sua remoção gradual.
Com isso, busca-se reduzir a taxa de progressão da doença tanto no contexto cognitivo quanto de funcionalidade e severidade de doença.
A indicação é restrita a pacientes nos estágios iniciais da doença, e o tratamento requer acompanhamento médico rigoroso — com exames de imagem para monitorar possíveis efeitos adversos, como edema cerebral (ARIA), que, embora raro, exige vigilância especializada.
Qual o melhor médico para tratar Alzheimer?
Não existe um único “melhor medicamento” para o Alzheimer. A escolha depende do estágio clínico, das características individuais do paciente e do acesso ao tratamento.
Nas fases iniciais, terapias como Kisunla (Donanemabe) e Leqembi (lecanemabe – ainda não disponível no Brasil) podem ser indicadas, sempre após confirmação diagnóstica com biomarcadores (como p-tau217 ou PET amiloide).
Nas fases moderada e grave, permanecem fundamentais os medicamentos que atuam na comunicação entre os neurônios, ajudando a controlar sintomas e manter a funcionalidade pelo maior tempo possível.
O tratamento deve ser realizado em centros habilitados, com monitoramento clínico e de imagem antes e durante as infusões. Além disso, o tratamento deve ser sempre multidisciplinar, incluindo acompanhamento neurológico, suporte cognitivo, reabilitação e orientação familiar.
Núcleo de Memória Alta Diagnósticos
O Núcleo de Memória é um centro especializado em diagnóstico e acompanhamento de alterações cognitivas, com foco na detecção precoce de síndromes demenciais, como o Alzheimer.
Com equipe multiprofissional e tecnologia de ponta, o núcleo oferece um portfólio completo de exames e terapias, entre eles:
- Biomarcadores sanguíneos, como p-tau217 e razão beta-amiloide 42/40
- Exames de imagem: ressonância magnética de crânio e PET-CT neurológico
- Punção lombar para análise do líquor
- Painéis genéticos e bioquímicos para diagnóstico precoce
- Infusão dos novos medicamentos, como o Kisunla (donanemabe)
O objetivo é unir ciência, tecnologia e cuidado humano para identificar o Alzheimer o mais cedo possível e oferecer o melhor tratamento personalizado a cada paciente.
Fonte: Dr. Diogo Haddad Santos, neurologista e



