Quais exames detectam a doença de Alzheimer? Como funciona o diagnóstico

Quais exames detectam a doença de Alzheimer? Como funciona o diagnóstico

Quando a memória começa a falhar, uma das primeiras preocupações que surgem é o Alzheimer. A dúvida sobre qual exame para Alzheimer pode confirmar ou descartar a doença é muito comum.  

Não existe um único teste capaz de dar essa resposta sozinho, mas, com uma combinação de métodos, é possível chegar a um diagnóstico preciso. E hoje a doença pode ser identificada cada vez mais cedo – o que tem um grande impacto no tratamento da condição. 

Qual exame detecta a doença de Alzheimer? 

Nenhum exame isolado consegue detectar a Doença de Alzheimer. O diagnóstico depende de várias avaliações e geralmente começa com exames clínicos e testes neuropsicológicos. Testes cognitivos, que avaliam memória, linguagem e raciocínio, são aplicados para identificar dificuldades específicas. 
 
A partir daí, o especialista pode aprofundar a investigação. Os exames de sangue, por exemplo, buscam por biomarcadores, que são substâncias que indicam a presença da doença. A principal delas é a proteína beta-amiloide.

O acúmulo dessa proteína no cérebro é uma das características centrais da doença de Alzheimer. Embora os exames de sangue para detectar Alzheimer ainda não façam parte do diagnóstico de rotina, esses marcadores estão em rápida evolução e disponíveis em centros especializados. 

Já a ressonância magnética de crânio é usada para avaliar a estrutura do cérebro. Ela pode mostrar a atrofia de certas regiões, como o hipocampo, algo comum no Alzheimer. 

E o PET cerebral (Tomografia por Emissão de Pósitrons), exame mais avançado, consegue visualizar diretamente as placas de proteína beta-amiloide e os emaranhados da proteína tau no cérebro. 

O médico também pode solicitar a análise do líquor. O líquido cefalorraquidiano (LCR) envolve o cérebro e a medula espinhal. 

E uma amostra desse líquido, coletada por punção lombar, permite medir com precisão os níveis das proteínas beta-amiloide e tau. Resultados anormais nesses marcadores são fortes indicativos da doença. 

Como saber se tenho doença de Alzheimer de início precoce?

O Alzheimer de início precoce é uma forma rara da doença que afeta pessoas com menos de 65 anos. Seus sintomas são semelhantes aos da forma tardia, mas a principal diferença está na forte associação com fatores genéticos. Por isso, a investigação nesses casos costuma incluir uma análise genética. 

A suspeita surge quando uma pessoa mais jovem começa a apresentar perdas de memória e outras dificuldades cognitivas que interferem em sua rotina. Como a doença de Alzheimer não é comum nessa faixa etária, é muito importante investigar e descartar outras condições de saúde que possam causar sintomas parecidos. 

O diagnóstico é avaliado pela presença de mutações em genes específicos. Os três principais genes associados ao Alzheimer de início precoce são o APP, PSEN1 e PSEN2

A presença de mutações patogênicas nesses genes confirma a predisposição genética ou o diagnóstico de casos específicos, mas o quadro clínico e outros exames continuam fundamentais para o diagnóstico completo. 

O exame genético que analisa esses e outros genes relacionados é o Painel NGS para Alzheimer de Início Precoce.  

A identificação de uma mutação nesses genes confirma o diagnóstico e também serve como um alerta para outros membros da família, que podem ter herdado o risco. 

Como é feito o diagnóstico de doença de Alzheimer? 

Como já mencionado, o diagnóstico de Alzheimer começa com a avaliação clínica e neuropsicológica. Em seguida, exames de laboratório e de imagem são usados para descartar outras hipóteses e encontrar evidências da doença. 

A primeira etapa é a avaliação com um médico especialista, como um neurologista ou geriatra. Ele vai conversar com o paciente e com familiares para entender os sintomas, quando começaram e como evoluíram. Testes de memória e de outras funções cognitivas também são realizados no consultório para medir o grau do comprometimento. 

Depois da suspeita inicial, o próximo passo é excluir outras condições que podem simular os sintomas do Alzheimer, como deficiências de vitaminas (como a B12), alterações hormonais (problemas na tireoide), depressão, infecções e efeitos colaterais de medicamentos. Para descartar essas possibilidades, são solicitados exames de sangue e urina.  

Se os sintomas persistirem, a investigação avança para os exames que buscam os sinais específicos da doença de Alzheimer no corpo. A ressonância magnética mostra a saúde estrutural do cérebro, enquanto os exames de biomarcadores (no sangue ou no líquor) e o PET cerebral procuram as proteínas que caracterizam a doença. 

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento de alzheimer. Ter a confirmação no início do quadro permite o uso de novas terapias que podem mudar o curso da doença. Um exemplo é o Kinsula, um medicamento que serve para reduzir a taxa de declínio cognitivo. Ele é indicado exatamente para essa fase inicial, com o objetivo de preservar a capacidade cognitiva e funcional do paciente por mais tempo. 

Núcleo de Memória Alta Diagnósticos

O Núcleo de Memória Alta Diagnósticos reúne exames de alta tecnologia para auxiliar os médicos no diagnóstico de doenças que afetam a cognição. Este centro especializado fornece um panorama completo da saúde do cérebro, o que ajuda a identificar de forma precoce e precisa condições como a doença de Alzheimer. 

No Núcleo, exames avançados investigam as alterações biológicas e genéticas ligadas às demências. A ideia é integrar diferentes tipos de testes para que o médico tenha em mãos todas as informações importantes para fechar um diagnóstico.  

Entre os exames disponíveis no Núcleo de Memória, destacam-se: 

  • Análise de biomarcadores: exames que medem os níveis das proteínas beta-amiloide e tau no líquido cefalorraquidiano;
  • Exames de imagem avançados: oferece dois tipos específicos de PET-CT. Um exame consegue visualizar diretamente as placas da proteína beta-amiloide no cérebro. O outro avalia o metabolismo, ou seja, a atividade e o consumo de energia das células cerebrais;
  • Painéis genéticos: testes que analisam genes ligados a demências e ao Alzheimer de início precoce, como o painel Mentia. 

Fonte: Dr. Diogo Haddad Santos, neurologista.