Escarlatina: saiba mais sobre a doença que atinge crianças em idade escolar
A escarlatina é uma doença infecciosa que, embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum entre crianças em idade escolar, entre 2 e 10 anos.
A maioria das pessoas com infecção de garganta causada por essa bactéria não desenvolve escarlatina. No entanto, aproximadamente 10% são sensíveis às toxinas produzidas pela bactéria e podem acabar desenvolvendo a doença. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
O que é escarlatina?
A escarlatina é uma doença infecciosa que se manifesta com uma erupção cutânea vermelha e generalizada. Ela ocorre como uma resposta do corpo a uma infecção aguda na garganta ou nas amígdalas, conhecida como faringoamigdalite.
O que causa escarlatina?
A escarlatina é causada pela infecção da faringe pela bactéria Streptococcus tipo A, resultando em uma reação de hipersensibilidade às substâncias produzidas por essa bactéria. A transmissão ocorre através do contato com gotículas de saliva ou secreções de pessoas infectadas, que podem ou não apresentar sintomas.
Embora não existam vacinas específicas para a escarlatina, é fundamental manter o calendário de vacinação das crianças em dia para prevenir outras infecções virais.
Escarlatina é contagiosa?
Sim. Trata-se de uma doença transmitida de uma pessoa para outra por meio de gotículas de saliva ou secreções infectadas, provenientes tanto de indivíduos doentes quanto daqueles assintomáticos, que são pessoas saudáveis que carregam a bactéria na garganta ou no nariz sem apresentar sintomas.
O tempo de incubação pode variar entre 1 e 10 dias.
Quais são os sintomas de escarlatina?
A escarlatina começa geralmente com febre e dor de garganta, típicos sintomas da gripe, o que pode levar as pessoas a confundirem as duas doenças.
Depois disso, surgem manchas vermelhas na pele, que inicialmente aparecem na virilha e nas axilas, espalhando-se rapidamente para outras partes do corpo, como o tronco, braços, pernas, rosto (com exceção da área ao redor da boca, que permanece pálida).
Língua de escarlatina
Chamada língua em framboesa, pois a língua da criança fica inchada e apresenta as papilas gustativas bem aparentes, ou seja, as pequenas saliências na superfície da língua, responsáveis pelo paladar, tornam-se mais visíveis e destacadas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da escarlatina é feito clinicamente por meio do quadro clínico e alterações no exame físico e pode ser confirmado identificando a presença do Streptococcus tipo A na orofaringe, coletado com um swab (cotonete específico para uso laboratorial) da garganta, retirando a secreção (exsudato) da região nasofaríngea.
A confirmação da doença também pode ser realizada após a recuperação, utilizando exames de sangue (testes sorológicos).
Qual é o tratamento para escarlatina?
O tratamento da escarlatina é realizado com antibióticos, e a duração depende da medicação prescrita. Por exemplo, a penicilina benzatina é aplicada em uma única dose, enquanto a amoxicilina deve ser tomada durante vários dias.
Como prevenir a escarlatina?
A maneira mais eficaz de prevenir a escarlatina é evitar o contato com pessoas infectadas, mesmo aquelas que não apresentam sintomas, mas ainda podem transmitir a bactéria.
No caso das crianças já infectadas, é importante repousar em casa. Isso tanto por causa de sintomas como febre, dor de garganta e cansaço, como para evitar a propagação da doença. Após iniciar o tratamento com antibióticos adequados, desde que esteja sem sintomas e tenha a liberação do médico, a criança pode retornar à escola.
Escarlatina é grave?
Na maioria dos casos não, porém em casos raros, a escarlatina pode apresentar complicações se não for tratada adequadamente. As mais comuns incluem febre reumática, que pode causar danos às válvulas do coração, e glomerulonefrite, uma inflamação dos rins. Além disso, a infecção pode levar a abscessos na garganta, otite média e, em casos raros, a septicemia, uma infecção generalizada que pode ser grave. Por isso, é essencial seguir o tratamento com antibióticos conforme prescrito.
Fonte: Dra. Ligia Maria de Oliveira Machado, médica do Núcleo de Assessoria médica da Dasa