Descolamento de placenta: o que é, causas e diagnóstico

descolamento de placenta

Autor: Dr. Heron Werner Jr. - Doutor e professor em ginecologia, obstetrícia e ultrassonografia.

 

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O descolamento de placenta é uma condição médica que pode afetar e apresentar sérios riscos durante a gravidez. Por isso, a compreensão deste tema é essencial para garantir a saúde e bem-estar de mãe e bebê.

Continue a leitura e saiba mais sobre suas causas, principais sintomas e os métodos de diagnóstico disponíveis.

 

O que é o descolamento de placenta? 

O descolamento de placenta se refere a uma condição em que a placenta se separa da parede do útero antes do parto. Esse evento, que pode ser total ou parcial, é sério e capaz de privar o bebê de oxigênio e nutrientes essenciais. Além disso, é capaz de resultar em hemorragia na mãe, representando um risco significativo para ambos. 

 

O que pode causar o descolamento de placenta? 

O descolamento de placenta pode ser influenciado por diversos fatores de risco. Entre eles estão:

  • Realizar esforços físicos intensos; 

  • Ser afetado por traumas ou pancadas fortes na região abdominal, ou nas costas; 

  • Ter condições que comprometem a coagulação sanguínea; 

  • Tabagismo; 

  • Presença de pré-eclâmpsia (hipertensão arterial identificada pela primeira vez após a 20ª semana de gestação) ou hipertensão; 

  • Consumo de drogas; 

  • Rompimento prematuro da bolsa amniótica (estrutura cheia de líquido que envolve e protege um embrião ou feto durante a gravidez); 

  • Ter quantidade reduzida de líquido amniótico (fluido que está presente dentro da bolsa amniótica). 

 

Pré-eclâmpsia e descolamento de placenta: uma relação de risco

A pré-eclâmpsia é uma complicação gestacional marcada por pressão arterial elevada e potencial dano a órgãos como fígado e rins, surgindo geralmente após 20 semanas de gravidez. 

A relação entre as duas condições está no aumento do risco que a pré-eclâmpsia traz para a ocorrência do descolamento da placenta.  Isso porque a pré-eclâmpsia pode afetar a circulação sanguínea da placenta, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando o risco de descolamento.

Além disso, alterações vasculares e inflamatórias associadas à pré-eclâmpsia também podem enfraquecer a ligação entre a placenta e o útero, elevando as chances de descolamento. 

 

Formas de prevenir e diagnosticar a pré-eclâmpsia 

Para prevenir e diagnosticar a pré-eclâmpsia, é crucial ter um acompanhamento pré-natal rigoroso e seguir todas as orientações médicas.

Nesse sentido, durante o primeiro trimestre, são solicitados exames como a dopplervelocimetria das artérias uterinas e uma investigação do histórico materno para avaliar o risco de desenvolvimento da doença.

Utilizando a dopplervelocimetria é possível avaliar de forma não invasiva o fluxo sanguíneo entre mãe e feto. Trata-se de um procedimento seguro, rápido e indolor, com resultados interpretados por um médico especializado.

Já no terceiro trimestre da gestação, existem exames laboratoriais e de imagens cruciais para o diagnóstico, pois podem detectar casos que não apresentam sintomas.

O rastreamento serve principalmente como uma medida preventiva. Se os exames laboratoriais já foram realizados e os resultados são conclusivos para pré-eclâmpsia, um diagnóstico precoce pode ajudar a impedir o desenvolvimento da doença, prevenindo a evolução para eclâmpsia, condição mais grave e preocupante para ambos, mãe e bebê.

 

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Existem formas de prevenir o descolamento da placenta?  

Não há maneiras de prevenir o descolamento prematuro da placenta. Trata-se de uma emergência no âmbito obstétrico que exige cuidados imediatos em um pronto-socorro. 

 

Sintomas do descolamento de placenta 

Os sintomas do descolamento de placenta, que geralmente ocorre no último trimestre da gravidez, incluem: 
 

  • Sangramento vaginal; 

  • Dor na região lombar ou abdominal; 

  • Contrações uterinas intensas.

 

É importante destacar que, mesmo que cerca de 80% das mulheres apresentem sangramento, existe o risco de o sangue ficar retido entre o útero e a placenta, tornando-se especialmente arriscado, pois a gestante pode não notar o sangramento, tornando a situação mais crítica. 

 

Exames que podem auxiliar no acompanhamento e diagnóstico 

Para o acompanhamento e diagnóstico de descolamento prematuro da placenta, diversos exames são realizados, cada um com sua especificidade, para obter um diagnóstico preciso e detalhado. Entre eles estão:

  • Monitoramento da frequência cardíaca fetal: para avaliar a saúde do feto, pois permite detectar qualquer anormalidade na frequência cardíaca e indicar até mesmo morte fetal.

  • Exames de sangue para avaliar a coagulação: como hemograma completo e tipo sanguíneo e de Rh. Ambos são essenciais para verificar o tipo sanguíneo e o fator Rh, além de avaliar a contagem de células sanguíneas, o que pode ajudar a identificar possíveis complicações. 

  • Ultrassonografia pélvica: pode revelar achados pertinentes (em alguns casos), como o descolamento da placenta ou qualquer anormalidade, uma vez que permite visualizar a placenta e o feto. 

  • TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada): trata-se de testes realizados para avaliar a coagulação sanguínea. 

  • Teste de Kleihauer-Betke: aplicado especificamente em pacientes com sangue Rh negativo, sendo utilizado para determinar a dose adequada de imunoglobulina Rho(D) necessária para evitar a sensibilização Rh, condição que pode provocar problemas em futuras gestações. 

 

Qual médico procurar? 

O médico mais indicado para lidar com questões relacionadas à gravidez, incluindo o descolamento de placenta, é o obstetra. Em emergências, dirija-se ao pronto-socorro mais próximo para diagnóstico e tratamento.

 

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Categoria
Saúde