Curva Glicêmica: entenda o que é, para que serve e como é feito o exame
Autora: Dra. Laura da Silva Girao Lopes – Médica endocrinologista
Curva glicêmica é um dos testes solicitados para diagnosticar o diabetes. Esse exame deve ser feito em algumas pessoas com alteração da glicemia de jejum, para a investigação da possibilidade de diabetes, bem como em gestantes.
Trata-se de uma coleta sanguínea simples e, para realizá-la, são necessários alguns preparos específicos. Saiba mais.
O que é curva glicêmica?
É um teste utilizado para o rastreio de diabetes, também conhecido por teste oral de tolerância à glicose. Trata-se de uma ferramenta bastante útil porque aumenta a chance do diagnóstico laboratorial de diabetes, acrescentando, portanto, a resultados de outros exames, como a glicemia de jejum e hemoglobina glicada.
A importância desse teste e de outros utilizados para esse diagnóstico pode ser justificada pelo fato de que o diabetes é muito frequentemente uma condição assintomática.
Estima-se que a cada pessoa sabidamente com diabetes, outro indivíduo tenha e desconheça seu diagnóstico. Portanto, o indivíduo só terá a oportunidade do tratamento direcionado caso seja submetido a algum exame laboratorial.
Cada teste de triagem laboratorial tem suas vantagens e desvantagens inerentes no contexto do diabetes, e a sua combinação, algumas vezes, é necessária para o diagnóstico, o que permite que o indivíduo seja adequadamente tratado.
Para que serve o exame de curva glicêmica?
A curva glicêmica é um dos testes utilizados na triagem laboratorial do diabetes em diferentes situações, juntamente com a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada. Portanto, deve ser feito em busca do diagnóstico de diabetes.
O que deve ser lembrado é que é um exame que não deve ser realizado em indivíduos com diabetes. Isso porque não se presta para a avaliação do controle dessa condição, e sim apenas para o seu diagnóstico.
Outros métodos, como a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada, podem auxiliar seu médico no seguimento do diabetes. Além disso, deve-se também lembrar que a curva glicêmica não deve ser solicitada de rotina na investigação inicial do diabetes. Outros exames podem ser solicitados para essa finalidade, e a individualização é a melhor alternativa para que o profissional cuide bem da sua saúde.
Como o exame de curva glicêmica é feito?
Existem diferentes protocolos de curva glicêmica, mas todos eles têm as seguintes etapas obrigatórias: a coleta do sangue em jejum, a oferta oral de glicose e as coletas seriadas de sangue em tempos pré-determinados.
A periodicidade entre os tempos pode variar a depender da finalidade do exame. Na maioria das vezes, o indivíduo a ser submetido à curva glicêmica permanece durante cerca de duas horas no laboratório, e deve realizar o preparo adequado para o exame para que o diagnóstico seja possível.
Como é a preparação para o exame de curva glicêmica?
O preparo é bastante importante para a acurácia do exame, e as condições para a realização do teste foram uniformizadas para que se diminua a sua variabilidade.
O indivíduo deve comparecer à unidade laboratorial em jejum de pelo menos oito horas, com exceção de água pura, que pode ser consumida.
Deve-se ressaltar que o consumo de café pode alterar o resultado do teste, não sendo, portanto, recomendado. Outra orientação é que se mantenha uma dieta habitual nos últimos três dias, sem restrição de carboidrato.
Sobre a atividade física, recomenda-se também manter o padrão habitual. Outro ponto a ser sugerido é que o indivíduo não fume durante o exame, e que permaneça em repouso.
Por último e não menos importante, todas as medicações em uso devem ser informadas pelo paciente, sendo esses de uso contínuo ou não. Isso porque algumas substâncias potencialmente alteram os resultados do teste, o que deve ser levado em consideração pelo médico que interpreta o resultado.
Curva Glicêmica para gestantes: qual é a importância do exame?
A condição diabetes pode acometer as gestantes de duas formas diferentes: diabetes diagnosticado na gestação (quando a paciente tem diabetes previamente, porém numa forma não diagnosticada antes) ou na forma de diabetes gestacional (condição relacionada à própria condição da gestação).
Não restam dúvidas de que o diagnóstico de diabetes na gestante, seja na forma de qualquer tipo de hiperglicemia, evita desfechos desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o bebê. Nesse contexto, a curva glicêmica é um recurso utilizado no diagnóstico da forma de diabetes gestacional, justificando sua importância na saúde materno-fetal.
Para essa finalidade, a curva glicêmica na gestante deve ser realizada entre a 24ª. e a 28ª. semana de gestação, devendo seguir as seguintes etapas: coleta de sangue inicial para medida de glicemia, oferta de 75 g de glicose oral e coletas seriadas de sangue após uma e duas horas do início do teste.
Qual é o resultado ideal para curva glicêmica?
Os valores considerados como resultados normais da curva glicêmica dependem do contexto clínico do paciente. Para adultos que não sejam gestantes, consideram-se valores normais a glicemia de jejum < 100 mg/dL e a glicemia no tempo de 2 horas do teste (após o consumo da glicose oral) < 140 mg/dL.
Já para gestantes, consideram-se como normais os seguintes valores durante a curva glicêmica: glicemia de jejum < 92 mg/dL, glicemia no tempo de 1 hora < 179 mg/dL e de 2 horas <= 152 mg/dL.
Onde fazer o exame?
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