Autismo nível 1: o que é, características e diagnóstico
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que impacta a comunicação, a interação social e o comportamento, podendo se manifestar de diferentes formas e com intensidades variadas. No caso do autismo nível 1, observa-se que, embora os indivíduos enfrentem dificuldades no dia a dia, a demanda por apoio é menor do que nos níveis 2 e 3.
O que é autismo nível 1?
Tendo em vista a diversidade do transtorno do espectro do autismo, desenvolveu-se a seguinte classificação: autismo de nível 1, 2 ou 3. Tal categorização ajuda a distinguir os quadros, sendo muito importante para a elaboração de planos terapêuticos.
Pessoas com autismo nível 1 apresentam algumas características em comum. A principal delas é a necessidade de suporte em menor intensidade.
Níveis de autismo 1, 2 e 3
Os “níveis de autismo” referem-se aos níveis de suporte que um indivíduo com TEA requer para a realização de atividades diárias. No nível 1, há uma baixa necessidade de suporte. No nível 2, uma necessidade de suporte substancial. No nível 3, uma necessidade de suporte muito substancial.
Para identificar o nível de autismo, é preciso passar por uma avaliação detalhada. Entre os aspectos que são considerados nesse processo, estão: dificuldades na comunicação social, presença de comportamentos restritos e repetitivos e diagnóstico de comorbidades.
Graus de autismo ou níveis de autismo: qual termo usar?
Os termos “autismo leve”, “autismo moderado” e “autismo severo” correspondem aos graus de autismo. Apesar de algumas pessoas ainda utilizarem tais nomenclaturas, elas vêm sendo substituídas pela noção de níveis de autismo.
Os níveis de suporte no autismo representam uma compreensão mais atual do TEA, sendo baseados na necessidade de apoio que cada indivíduo demanda. O nível 1 indica uma necessidade de suporte em menor intensidade, enquanto o nível 3 indica uma necessidade de suporte muito substancial.
Autismo nível 1: sintomas e características
O TEA afeta principalmente a comunicação, o comportamento e a interação social. Isso faz com que os indivíduos demandem certo apoio para a realização de tarefas do dia a dia.
No caso de pessoas com autismo nível 1, observa-se uma necessidade de suporte em menor intensidade: elas têm mais autonomia para algumas atividades (em comparação com os níveis 2 e 3), mas ainda assim precisam de assistência.
É comum que pessoas com autismo com necessidades de suporte de nível 1 consigam mascarar seus sinais e sintomas, o que pode dificultar o acesso a cuidados adequados e levar a diagnósticos tardios.
Sendo assim, é fundamental garantir que as percepções e observações dos pais sejam ouvidas, pois os responsáveis podem identificar sinais e sintomas e manifestar preocupações durante o acompanhamento de saúde dos filhos que auxiliam na investigação diagnóstica.
Além disso, vale ressaltar que existem distinções entre as pessoas com autismo nível 1 de suporte. Ou seja, embora elas tenham características em comum, também apresentam particularidades próprias que devem ser levadas em consideração.
Comunicação
Indivíduos com TEA podem enfrentar desafios na comunicação, pois é possível que haja atraso na fala e pouco contato visual, por exemplo.
Interação social
É comum que haja dificuldade para interpretar sinais sociais, compreender expressões faciais e emoções de outras pessoas e participar de conversas. Crianças e adolescentes com TEA também podem preferir brincar sozinhos e ter dificuldade em compartilhar interesses com os demais.
Comportamento
Pode haver movimentos corporais repetitivos e sensibilidade sensorial atípica (reação exagerada ou baixa reação a sons, luzes, texturas, cheiros ou sabores). Além disso, muitas vezes há apego significativo a certos padrões de rotina, gerando dificuldade para se adaptar a mudanças.
Outros sinais presentes no autismo leve (nível 1)
É pertinente ressaltar que os aspectos mencionados acima não são exclusivos do autismo nível 1 e podem estar presentes em quadros de autismo nível 2 ou 3 – porém com maior intensidade.
Uma característica mais específica do autismo nível 1 é o mascaramento ou camuflagem de sinais e sintomas. Os indivíduos aprendem a imitar comportamentos sociais de outras pessoas, em uma tentativa de “ocultar” algumas de suas características para que não sejam vistos como diferentes.
Como é feito o diagnóstico de autismo nível 1?
O diagnóstico de autismo e a indicação do nível de suporte são clínicos. A avaliação deve ser detalhada e levar em consideração o histórico de desenvolvimento, as habilidades de comunicação e interação social e a presença de comportamentos restritivos e repetitivos.
Essa análise é feita com base na observação comportamental, em entrevistas (com pais e responsáveis e com o próprio indivíduo) e na aplicação de escalas e questionários destinados especificamente à investigação de TEA.
Diversos profissionais podem contribuir para o processo de diagnóstico de TEA: médicos (como neuropediatras, pediatras e psiquiatras), psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.
É possível o autismo nível 1 evoluir para o 2 ou 3?
Se um indivíduo com autismo nível 1 não receber a assistência adequada, é possível que passe a enfrentar maiores dificuldades em suas atividades diárias. Como resultado, ele necessitaria de maior apoio para realizá-las.
Por isso, o ideal é que o plano terapêutico seja individualizado e implementado o mais cedo possível. Ele deve estar alinhado às particularidades de cada pessoa, visando desenvolver habilidades variadas (comportamentais, sociais, emocionais, cognitivas, etc) por meio de estratégias que sejam compatíveis com a realidade do indivíduo.
Qual o tratamento para o autismo nível 1?
Diversas abordagens terapêuticas podem ser indicadas a pessoas com TEA. Veja, abaixo, como diferentes especialidades podem contribuir para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.
- Psicologia: desenvolver habilidades comportamentais, sociais, emocionais e cognitivas por meio de abordagens como análise do comportamento aplicada (ABA), terapia cognitivo-comportamental (TCC) e psicopedagogia;
- Fonoaudiologia: trabalhar a comunicação verbal e não verbal, com o objetivo de contribuir para a compreensão e a expressão;
- Terapia ocupacional: oferecer suporte no desenvolvimento da autonomia em atividades da vida diária (como se vestir, comer e fazer a higiene pessoal);
- Fisioterapia: proporcionar desenvolvimento motor, principalmente quanto à coordenação motora fina e grossa (importantes para escrever, correr e se equilibrar, por exemplo);
- Orientação e treinamento de pais: treinamento parental estruturado e gradual, até que os pais e responsáveis estejam aptos a aplicar as estratégias comportamentais com seus filhos.
Espaço TEA Alta Diagnósticos
O Alta Diagnósticos dispõe do Espaço TEA. Nele, trabalham equipes multidisciplinares compostas por médicos neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicopedagogos, psicomotricistas, nutricionistas e enfermeiros.
Tais profissionais são devidamente capacitados para atuar desde o processo diagnóstico de TEA até o desenvolvimento das terapias necessárias, atendendo crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos.
O propósito é fornecer um acompanhamento individualizado e com o envolvimento ativo da família, assim potencializando as capacidades de cada criança e adolescente com TEA e promovendo autonomia, inclusão social e qualidade de vida.
Esse serviço está localizado na unidade Panamby, em São Paulo. Para esclarecer dúvidas e agendar uma consulta de acolhimento e avaliação no Espaço TEA do Alta, basta entrar em contato pelo WhatsAppp: +55 11 5026 9481.
Fonte: Fabiane Minozzo, psicóloga e gerente de Práticas Assistenciais da Dasa



