Espinha Bífida: O que é, Tipos, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

Espinha Bífida: O que é, Tipos, Sintomas, Diagnóstico e Tratamentos

A espinha bífida é uma anomalia congênita ocasionada pelo fechamento incompleto dos elementos ósseos das vértebras (coluna) durante o período gestacional.  

O diagnóstico e acompanhamento pré-natal auxiliam na prevenção, avaliação precoce e eventual tratamento intraútero destes casos. Em estudo realizado no Brasil, a incidência é de 7/10.000 nascidos vivos. 

Continue a leitura para saber sobre as causas do problema, formas de diagnóstico e quais as opções de tratamento disponíveis atualmente. 

O que é espinha bífida?

A espinha bífida é uma malformação congênita que ocorre devido a uma falha no fechamento do tubo neural durante as primeiras semanas de gestação. Essa falha pode promover danos à medula espinhal, levando a uma série de complicações físicas e neurológicas. 

Tipos de espinha bífida

A espinha bífida pode ser classificada como aberta ou oculta. A espinha bífida oculta é caracterizada pela falha na formação da vértebra, estando esta região recoberta pela pele. Já na espinha bífida aberta, há defeitos de espessura inteira da pele, das partes moles associadas e dos arcos vertebrais, expondo o tecido neural. 

As lesões abertas podem ser classificadas em: 

  • Meningocele: neste tipo, as meninges (membranas que protegem a medula espinhal) se projetam através da abertura nas vértebras, formando um cisto ou uma bolsa nas costas.  
  • Meningomielocele: considerada a forma mais grave, ocorre quando a medula espinhal e as meninges se projetam através da abertura nas vértebras, expondo o tecido neural. A localização da lesão e a sua extensão estão diretamente relacionadas às possíveis complicações do paciente. A avaliação minuciosa do caso trará as informações da evolução do recém-nascido. 

Causas da espinha bífida

As causas da espinha bífida não são totalmente conhecidas, mas geralmente estão associadas à múltiplos fatores. 

Diversos estudos mostraram que a nutrição materna é um ponto importante que afeta sua ocorrência. Em todo o mundo, é recomendado que as mulheres tomem ácido fólico durante o período reprodutivo, de preferência 3 (três) meses antes do planejamento gravídico, visto que a biodisponibilidade do ácido fólico natural contido no corpo humanos e alimentos é muito baixa e variável.  

Além disso, esta alteração pode ocorrer como consequência da associação de fatores genéticos e ambientais, tais como deficiência de folato, diabetes materna, deficiência de zinco e ingestão de álcool durante os três primeiros meses de gravidez. Em adição, a exposição materna a determinados medicamentos, como a carbamazepina e ácido valpróico, também pode induzir à formação de espinha bífida.  

Sintomas da espinha bífida

O quadro clínico da espinha bífida pode variar de acordo com a localização anatômica e o tamanho da lesão. 

É importante reforçar que a avaliação criteriosa durante a gestação, a indicação precoce do tratamento cirúrgico intrauterino e/ou pós-natal e o acompanhamento multidisciplinar tem forte relação com o prognóstico do bebê. 

Os principais sintomas se referem a comprometimento variável da parte motora, sensibilidade e defeitos ortopédicos dos membros inferiores. Também podem estar associados a problemas de controle da bexiga e intestino (incontinência urinária e fecal), hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro) e eventualmente está associada à dificuldade de aprendizagem. 

Diagnóstico e exames para espinha bífida

A espinha bífida é uma malformação congênita passível de ser diagnosticada durante o acompanhamento pré-natal através da realização das ultrassonografias morfológicas. O diagnóstico precoce nestes casos pode auxiliar na condução e tratamento minimizando o comprometimento do bebê a longo prazo. 

Tratamentos para espinha bífida

O tratamento da espinha bífida é planejado de acordo com as características da lesão. 

Em casos mais extensos, a cirurgia de reconstituição da proteção natural da coluna pode ser feita durante a vida intrauterina ou eventualmente logo após o nascimento para que a medula espinhal e a coluna expostas sejam fechadas.  

No período pós-natal, o acompanhamento multidisciplinar é fundamental para garantir mais qualidade de vida para o portador de espinha bífida. 

Qual especialista procurar?

Quando a espinha bífida é diagnosticada ainda durante o pré-natal, é importante que a gestante e o bebê sejam acompanhados por um obstetra especializado em medicina fetal. Após o nascimento, recomenda-se que o paciente seja acompanhado por especialistas em neurologia e pediatria.

Fonte: Dra. Rita Machado – Especialista em medicina fetal